Cidades
por Gabi Fernandes
Publicado em 06/09/2025, às 14h45
A presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Rio Grande do Norte, Vilma Batista, reagiu à publicação feita pelo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Helton Edi Xavier, que compartilhou nas redes sociais uma mensagem ofensiva envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o sistema prisional.
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Em vídeo divulgado neste sábado, Vilma classificou a fala como "inaceitável" e criticou a gestão do secretário à frente da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Segundo ela, a insinuação de que há “duas moedas de troca na cadeia” ofende a atuação da Polícia Penal e não corresponde à realidade vivida nas unidades prisionais antes da atual gestão.
Até o nosso secretário de administração penitenciária assumir a gestão da nossa secretaria, não existia nenhuma moeda de troca, porque quem mandava lá era o Estado, quem mandava lá era a polícia penal, mantendo a ordem e o controle do sistema prisional, afirma Batista no vídeo.
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Críticas à gestão e denúncias de retrocesso
Vilma Batista ainda relacionou a publicação àquilo que classificou como um grave retrocesso na segurança do sistema prisional, apontando um crescimento do poder das facções criminosas desde a posse do atual secretário.
Ela citou que, ainda na primeira semana de gestão, Helton Edi teria se reunido com líderes de organizações criminosas, e que, a partir disso, episódios de violência se intensificaram no Estado.
“Infelizmente, o nosso Estado virou de ponta cabeça. Houve assassinatos de pais de família, presos sendo torturados por outros presos, motins, e até o assassinato do filho de um policial penal”, disse.
A agente penal também afirmou que muitas denúncias feitas ao secretário têm sido ignoradas, e que os policiais penais que tentam manter a ordem são, segundo ela, perseguidos internamente.
“Passa mão na cabeça de criminosos”
Vilma denunciou casos de abusos em visitas íntimas nas unidades prisionais e afirmou que o empoderamento de organizações criminosas dentro dos presídios é reflexo direto da “gestão fraca, inoperante e irresponsável” do secretário.
“Hoje, muitas mulheres estão sendo estupradas dentro das unidades. Muitos presos estão sendo cobrados pelas facções. Isso só acontece porque essa gestão é omissa e passa a mão na cabeça de criminosos”, afirmou.
A presidente do Sindicato dos Agentes Penais concluiu o vídeo com um pedido de providências às autoridades competentes e cobrou a abertura de um procedimento formal contra o titular da Seap:
“Esperamos que as autoridades investiguem e tirem esse inoperante da gestão. O próximo governador vai herdar uma bomba. Felizmente ainda temos policiais honrados tentando manter o controle, mesmo diante da perseguição”, finalizou.
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