Cidades
O palco em formato de vitória-régia, construído sobre o rio Guamá para o show de Mariah Carey no festival Amazônia Live – Hoje e Sempre, foi desmontado e abandonado poucos dias depois da apresentação que marcou a contagem regressiva para a COP30 que será realizada no próximo mês de novembro.
Orçado em cerca de R$ 30 milhões, o investimento chamou atenção não apenas pela grandiosidade, mas pelo contraste com o tempo limitado de uso e pela ausência de qualquer destino cultural ou social para os materiais.
Embora o espetáculo tenha sido financiado com patrocínio privado e produzido pela equipe do Rock in Rio, o caso gerou debates sobre desperdício de recursos em um momento em que a Amazônia enfrenta graves desafios estruturais e sociais.
Sobre o Amazônia Live – Hoje e Sempre
A Amazônia se transformou em palco de uma experiência musical inédita. O Pará recebeu o Amazônia Live – Hoje e Sempre, festival que mistura música, cultura amazônica e conscientização ambiental. Criado pelo The Town e pelo Rock in Rio, o projeto transformou atenção em atitude, em defesa da floresta e dos povos da região.
Com dois grandes eventos, transmissão ao vivo e um documentário em produção, o projeto marcou o início da contagem regressiva para a COP30, que também será sediada na capital paraense em novembro.
Qual foi o line-up do Amazônia Live - Hoje e Sempre?
A programação foi dividida em dois momentos principais:
17 de setembro: show sobre as águas do rio Guamá, em Belém, em um palco flutuante com formato de vitória-régia. Entre as atrações estiveram Mariah Carey, Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara.
20 de setembro: apresentação gratuita no Estádio do Mangueirão, com Ivete Sangalo, Viviane Batidão e Lambateria Baile Show.
Onde foi exibido o Amazônia Live - Hoje e Sempre?
O show do dia 17 foi exibido ao vivo, no Multishow e no Globoplay (sinal aberto). Na TV Globo, os melhores momentos foram ao ar logo após o Estrela da Casa.
A apresentação foi de Guilherme Guedes e Laura Vicente, enquanto Kenya Sade e Milton Cunha conduziram a cobertura especial na Globo, misturando música com reflexões sobre a preservação da maior floresta tropical do planeta.
Ambos os eventos foram transmitidos para todo o Brasil, e um documentário exclusivo será lançado nos meses seguintes, revelando os bastidores dos shows e da produção, além de destacar a cultura local e a importância da preservação da floresta.
Legado para a Amazônia
O Amazônia Live 2025 também vai investir R$ 2 milhões em projetos locais. Foram selecionadas 6 iniciativas para promover a bioeconomia, o empreendedorismo sustentável e a cultura amazônica.
Desde 2006, o movimento liderado pela organização do Rock in Rio já plantou mais de 4 milhões de árvores na floresta — e agora mira um impacto ainda maior.
Polêmicas que estão repercutindo sobre a COP 30
Além do caso do palco, outros episódios recentes reforçaram o clima de insatisfação:
• Gastos milionários em hospedagem: hotéis e cruzeiros contratados para abrigar delegações e autoridades tiveram preços superfaturados, levantando suspeitas sobre contratos emergenciais.
• Infraestrutura precária para a população local: moradores de Belém reclamaram de obras inacabadas, trânsito caótico e falta de melhorias permanentes para a cidade.
• Eventos paralelos exclusivos: encontros com restrição de público e voltados apenas a autoridades e convidados reforçaram a percepção de elitização do evento.
• Prioridades questionadas: enquanto bilhões foram investidos na conferência, projetos básicos de saneamento e preservação ambiental na Amazônia seguem sem recursos.
Críticas à grandiosidade e à falta de legado
O show de Mariah Carey, promovido pela produtora do Rock in Rio com apoio de patrocinadores privados, reuniu cerca de 500 convidados e teve transmissão ao vivo.
No entanto, a grandiosidade da apresentação contrastou com a brevidade do espetáculo e com o fato de que toda a estrutura não teve destinação após o uso.
Para críticos, a situação simboliza como a COP 30 se transformou em um evento marcado pelo marketing político e pelo luxo, mas deixou pouca contribuição concreta para o dia a dia da população amazônica.
O que é a COP 30?
É a 30ª Conferência das Partes (Conference of the Parties) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.
O evento reunirá líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil para discutir estratégias e ações globais no combate às mudanças climáticas, com um foco especial na Amazônia, que será o centro das discussões.
O que é a COP e a UNFCCC?
COP: Significa "Conference of the Parties" (Conferência das Partes) e é o órgão decisório da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
UNFCCC: É um tratado internacional firmado em 1992, na Rio-92, com o objetivo de estabilizar as emissões de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global.
Por que a COP 30 é importante mesmo com tanta polêmica?
→ Foco na Amazônia: A escolha de Belém para sediar o evento coloca a floresta amazônica, um bioma vital para o clima global, no centro das discussões e decisões.
→ Papel estratégico para o Brasil: O país, por sua influência nas negociações climáticas, tem a oportunidade de fortalecer seu papel de liderança e apresentar soluções para a crise climática.
→ Discussão de temas-chave: A conferência discutiu questões cruciais como o financiamento climático, a transição energética e a justiça climática.
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