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Publicado em 24/07/2025, às 11h32 Redação
O Rio Grande do Norte será o quinto estado brasileiro mais impactado, em volume de exportações, pela nova tarifa de 50% anunciada pelo governo de Donald Trump.
A medida entra em vigor em 1º de agosto e afeta diretamente as vendas potiguares aos Estados Unidos, que somaram US$ 67,1 milhões no primeiro semestre de 2025 — 15,3% do total exportado pelo estado.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o RN ocupa a 16ª posição no ranking nacional em valor exportado aos EUA. O impacto maior, proporcionalmente, será sentido no Ceará (51,9% das exportações voltadas ao mercado americano), seguido por Espírito Santo, Sergipe e São Paulo.
Para o economista Helder Cavalcanti, a medida “desequilibra” o momento positivo das exportações potiguares. “Os itens exportados são diretamente vinculados à economia local, e os índices vinham crescendo nos últimos anos.”
O Observatório Mais RN, da Fiern, aponta os principais produtos potiguares exportados aos EUA:
Helder sugere a busca por novos mercados: “O BRICS representa uma alternativa para reorganizar a balança comercial. Acreditamos na maturidade do empresariado para reagir.”
No setor pesqueiro, o impacto é direto. O Sindipesca estima perda de até US$ 50 milhões por ano só com a venda de atum. “O envio de peixe congelado aos EUA já começou a ser interrompido”, informou Arimar Filho, presidente do sindicato.
No petróleo, as perdas podem ultrapassar R$ 110 milhões por ano, segundo a ABPIP. “A tarifa de 50% encarece significativamente o óleo potiguar em relação a concorrentes globais”, afirma Lucas Mota, gerente-executivo da entidade. Ele aposta em redirecionamento das exportações para mercados como Índia, China e sudeste asiático, mesmo com ajustes logísticos e possíveis impactos nas margens.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Alan Silveira, informou que o Governo do Estado elaborou uma carta-proposta para participar das negociações sobre a taxação. “As tratativas são lideradas pelo Governo Federal, mas estamos nos mobilizando junto aos setores e exportadores locais”, diz.
A mobilização conta com o apoio da Fiern. O presidente Roberto Serquiz destaca que as exportações ao mercado americano representam cerca de 10% do PIB Industrial do estado. “A apreensão é grande, especialmente pelos impactos nos empregos. Estamos em diálogo com a CNI e parceiros americanos.”
Com informações da Tribuna do Norte
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