Cidades
Publicado em 29/04/2025, às 11h23 Sammara Bezerra
Um apagão de grandes proporções atingiu Portugal, Espanha e partes do sul da França, deixando milhões de pessoas sem energia elétrica na segunda-feira (28). A potiguar Camila Lamartine, 30 anos, pesquisadora em Ciências da Comunicação, mora em Lisboa e conta que, durante a escuridão — das 11h30 às 22h —, vivenciou uma sensação de fim do mundo.
"A sensação foi de medo, indubitavelmente. Algumas pessoas desesperadas, outras passeando com os cachorros, outras tomando uma cervejinha. Um caos", descreve Camila.
A pesquisadora detalha o momento em que percebeu a queda de energia, sentida por ela durante uma reunião acadêmica — por coincidência, com colegas da Espanha. "Estava em reunião e logo percebemos que não era algo específico daqui. Consegui falar com a minha mãe e avisar que estava sem internet — e com pouca bateria no celular — e, desde então, ficamos sem qualquer informação por parte do governo", explica Camila.
Após o ocorrido, o governo criou um grupo de acompanhamento para o apagão e reuniu o Conselho de Ministros. Foram feitos sucessivos apelos à população para manter a calma enquanto se trabalhava numa solução.
Em Portugal, o fornecimento de energia foi totalmente restabelecido por volta das 22h.
Nesta semana, a Comissão Europeia havia orientado os governos dos países-membros do bloco a garantir que os cidadãos estejam preparados para crises futuras, como conflitos armados, pandemias, ciberataques, incêndios florestais e acidentes industriais.
Segundo Camila, mesmo tendo montado os kits de emergência, precisou sair de casa para comprar comida e enfrentou dificuldades.
"Eu e minha esposa decidimos ir comprar pão, mas os supermercados já estavam fechados. Os minimercados, que geralmente são gerenciados por imigrantes indianos, estavam com filas enormes e só aceitavam dinheiro em espécie. Nós só tínhamos cartão", contou.
A investigação sobre o que causou o episódio ainda está em andamento, mas o crescimento da participação de painéis solares e turbinas eólicas na Espanha — país mais afetado pela falta de energia — é apontado como a principal suspeita.
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