Cidades

Cajueiro de Pirangi vai perder título de maior do mundo? Entenda o que pode acontecer após a poda determinada pela Justiça

Com mais de 350 mil visitantes em 2024, o cajueiro é um ícone turístico; saiba como a poda pode afetar sua fama. - Divulgação
A decisão judicial sobre a poda do cajueiro levanta questões sobre sua saúde e o impacto no turismo local em Parnamirim  |   BNews Natal - Divulgação Com mais de 350 mil visitantes em 2024, o cajueiro é um ícone turístico; saiba como a poda pode afetar sua fama. - Divulgação

Publicado em 09/07/2025, às 08h54   Dani Oliveira



O maior cajueiro do mundo, localizado em Pirangi do Norte, Parnamirim (RN), passará por uma poda a partir de agosto, conforme determinação judicial. A medida, no entanto, tem gerado controvérsia entre moradores, especialistas e o governo.

Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), responsável pelo manejo, o cajueiro não perderá o título de maior do mundo. “O Cajueiro de Pirangi vai continuar sendo maior do mundo independentemente da poda e do manejo fitossanitário que nós vamos realizar”, garantiu o diretor técnico do órgão, Thales Dantas.

Reconhecimento comprovado

Reconhecido desde 1994 pelo Guinness Book, o cajueiro cobre cerca de 10 mil metros quadrados e é um dos principais pontos turísticos do estado. Em 2024, recebeu mais de 350 mil visitantes.

A necessidade da poda se deve à expansão da árvore, que hoje ultrapassa os limites da área cercada. Cerca de 1,2 mil metros de galhos invadem ruas e se aproximam de imóveis. Em alguns trechos, os galhos ocupam metade da via ou estão apoiados em plataformas.

“Sempre que foi feito um manejo, era higiênico sanitário, ou seja, cortar onde estava o cupim, a broca, mas nunca tinha tido uma poda realmente”, disse Thales Dantas. “Esse manejo fitossanitário é importante para cuidar da planta. São 137 anos e ela nunca passou por um processo realmente de poda fitossanitária.”

A decisão judicial atende a um processo antigo, iniciado após reclamações de moradores e comerciantes. “O governo não está matando o cajueiro, muito pelo contrário. Essa poda realmente é necessária para cuidar, inclusive para preservar”, completou Dantas. O investimento previsto é de R$ 200 mil, e o processo deve durar até seis meses.

Especialista contesta

A bióloga Mica Carboni, que já trabalhou no local, é contra a intervenção. Ela teme que a poda prejudique a saúde da planta.

A poda de contenção pode gerar uma catástrofe para esse cajueiro. Porque seria podar indiscriminadamente galhos no entorno só para botar ele de novo dentro do tamanho que as pessoas acham que ele deve ter”, criticou.

Segundo ela, o crescimento da árvore está ligado ao enraizamento dos galhos, que rejuvenescem a planta e mantêm sua frutificação ativa. “Essa poda pode limitar o crescimento, pode atrofiar ele, pode gerar o envelhecimento acelerado dele”, alertou.

Só assim esse cajueiro consegue frutificar com mais de 140 anos de idade. Um cajueiro normal frutifica até uns 40, 50 anos no máximo”, explicou Mica. “É muito contraditório querer limitar ele. Uma rua, casas, pode se construir em qualquer lugar. O maior cajueiro do mundo, só existe ele.”

Classificação Indicativa: Livre

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