Política

[VÍDEO] Ex-ministro diz que Ministério da Justiça não tinha elementos sobre fraude nas urnas

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, afirma que não há elementos técnicos que comprovem fraudes nas urnas eletrônicas após as eleições de 2022  |  Foto: Ton Molina/STF.

Publicado em 10/06/2025, às 12h20   Foto: Ton Molina/STF.   Redação

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres confirmou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (10) que a pasta não tinha elementos técnicos sobre fraudes nas urnas após o resultado das eleições de 2022.

Veja o momento: 

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres confirmou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (10) que a pasta não tinha elementos técnicos sobre fraudes nas urnas após o resultado das eleições de 2022. pic.twitter.com/akNf58swZY

— BNews Natal (@BnewsNatal) June 10, 2025

“No âmbito do Ministério da Justiça propriamente dito — sem ser da Polícia Federal — não temos setor, nem área nenhuma que trabalhe com urnas eletrônicas […]. Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim”, afirmou.

Torres foi o quarto dos oito réus do chamado ‘núcleo crucial’ do golpe a prestar depoimento.

As audiências começaram nesta segunda, quando foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, coronel Mauro Cid; e o ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

Nesta terça-feira, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier também foi ouvido.

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa para a reeleição do ex-presidente.

Em que fase está o julgamento?

Os depoimentos marcam a reta final da instrução processual — fase em que são reunidas provas para embasar o julgamento. É nesse momento que os réus têm a chance de responder às acusações e apresentar suas versões dos fatos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo integra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Concluída a fase de interrogatórios, o processo segue para uma etapa de diligências, caso sejam solicitadas por defesa ou acusação. Depois, será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, antes de o caso ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.

Depoimentos do primeiro dia 

O interrogatório começou com Mauro Cid, que fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele confirmou a veracidade da denúncia da PGR e declarou: “Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”.

Cid negou ter sido coagido e reafirmou o conteúdo de seus depoimentos anteriores. Segundo ele, Bolsonaro teve acesso e sugeriu mudanças à chamada “minuta do golpe” — documento com medidas autoritárias para reverter o resultado das eleições de 2022.

Ainda de acordo com o militar, Bolsonaro pediu a retirada do trecho que previa a prisão de autoridades, mas manteve o item que determinava a detenção do ministro Alexandre de Moraes. Cid também afirmou que o então presidente pressionou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por um relatório crítico às urnas eletrônicas.

Questionado por Moraes, Cid confirmou que Bolsonaro queria um texto “duro” contra o sistema de votação.

O segundo a ser ouvido foi o deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Ele disse que o documento em que questiona o resultado das eleições era apenas um rascunho pessoal e não foi entregue a Bolsonaro. 

Também negou envolvimento na disseminação de desinformação e rechaçou ter usado a Abin para monitorar autoridades: “Decerto que não fiz monitoramento de autoridades”, afirmou.

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