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STF apura possível vazamento de informações privilegiadas em alta do dólar após tarifas dos EUA

Na decisão, Alexandre de Moraes, ministro do STF, ressaltou que os fatos noticiados sugerem possível acesso prévio a informações sensíveis  |  A ação tem como objetivo atender a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e ocorre após indícios de movimentações atípicas envolvendo operações de câmbio - Gustavo Moreno/STF

Publicado em 21/07/2025, às 17h09   A ação tem como objetivo atender a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e ocorre após indícios de movimentações atípicas envolvendo operações de câmbio - Gustavo Moreno/STF   BNews Natal

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar a suspeita de uso de informações privilegiadas no mercado financeiro.

A ação tem como objetivo atender a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e ocorre após indícios de movimentações atípicas envolvendo operações de câmbio, momentos antes do anúncio das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil

De acordo com a petição, diversas transações em volume expressivo foram registradas poucas horas antes da divulgação oficial das medidas econômicas, o que levantou a suspeita de que dados sigilosos tenham sido utilizados indevidamente no mercado. Essa prática é conhecida como insider trading.

O que diz a AGU

A AGU argumenta que tais movimentações podem ter causado distorções no mercado cambial, impactando diretamente investidores e a estabilidade financeira. O inquérito foi aberto nesta segunda-feira (21). 

Decisão de Moraes

Na decisão, Alexandre de Moraes ressaltou que os fatos noticiados sugerem possível acesso prévio a informações sensíveis por parte de pessoas físicas ou jurídicas, com potencial dano ao interesse público.

O ministro também autorizou que a Procuradoria-Geral Federal, órgão que representa a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), adote providências cabíveis, em articulação com outras instituições de controle.

Caso envolver possível elo com Eduardo Bolsonaro

A AGU ainda destacou que os indícios de uso indevido de informação privilegiada se somam a elementos de outra investigação em curso no STF. O caso integra o inquérito que apura a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de tentar obstruir a aplicação da lei penal e de pressionar autoridades brasileiras.

De acordo com a petição da AGU, Eduardo Bolsonaro esteve em reuniões com representantes do governo dos Estados Unidos e parlamentares norte-americanos nas semanas anteriores ao anúncio das tarifas.

A avaliação é de que esses encontros, aliados às operações cambiais suspeitas, apontam para um possível cruzamento de interesses políticos e financeiros.

A suspeita é de que a antecipação do conteúdo das tarifas, ainda em fase de negociação entre os países, tenha favorecido grupos com acesso privilegiado às tratativas, configurando crime contra o sistema financeiro nacional.

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Além das investigações criminais, a AGU mencionou que o episódio pode ensejar sanções civis e administrativas por eventuais prejuízos causados ao mercado.

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