Política
Publicado em 24/07/2025, às 14h11 Reprodução/Internet BNews Natal
A reeleição do deputado estadual Sinésio Campos à presidência do Partido dos Trabalhadores no Amazonas gerou fortes suspeitas de fraude eleitoral. Campos foi reconduzido ao cargo com 60,7% dos votos em todo o estado, mas chamou atenção o fato de ter obtido 100% dos votos válidos em cinco cidades, sem registro de brancos ou nulos.
A eleição ocorreu em 6 de julho e teve a vitória de Campos confirmada ainda no primeiro turno.
Votação unânime e sem oposição em várias cidades
Guajará, Juruá, Maraã, Pauini e Tapauá concentram as maiores desconfianças. Nessas localidades, menos de 200 pessoas participaram da votação, todas escolhendo Sinésio Campos.
Os adversários internos não receberam sequer um voto, o que levou a oposição a apresentar recursos questionando a legitimidade dos resultados. No entanto, os pedidos foram indeferidos pelo próprio diretório estadual, comandado por Campos.
Em outras duas cidades, o desempenho de Campos também foi quase absoluto: 99% dos votos em São Gabriel da Cachoeira e Manicoré, com apenas um voto nulo em cada município. Já em Santa Isabel do Rio Negro, Envira e Beruri, o deputado alcançou, respectivamente, 95%, 93,6% e 88,8% dos votos.
Assinaturas suspeitas e votos de eleitores falecidos
Entre os pontos destacados nos recursos, está a semelhança na caligrafia e nas assinaturas das listas de presença dos votantes, como foi o caso de São Gabriel da Cachoeira. Em Alvarães, onde Campos recebeu 83% dos votos, foram detectados registros em nome de pessoas já falecidas.
A oposição afirma que a votação apresentou padrões estatísticos e operacionais fora do comum, indicando a possibilidade de manipulação. Apesar das denúncias, nem Sinésio Campos nem Anne Moura, secretária nacional de organização do partido e responsável pela condução da eleição, se manifestaram após serem procurados pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que revelou o caso.