Política
Publicado em 18/06/2025, às 17h57 Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - Reprodução/TSE Redação
Foi retirado, nesta segunda-feira (18), o sigilo do inquérito que tem como objetivo investigar uma estrutura paralela de inteligência que funcionava dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão foi tomada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o Supremo, a medida acontece após a contestação de vazamentos seletivos de partes do relatório elaborado pela Polícia Federal, o que acabou gerando “matérias contraditórias na imprensa”.
O inquérito, que estava sob sigilo, passa a ser de conhecimento público.
Principais alvos da investigação
De acordo com a Polícia Federal, os principais nomes envolvidos na chamada "estrutura criminosa de espionagem paralela" são:
Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin): apontado como líder operacional da estrutura;
Carlos Bolsonaro (vereador no Rio de Janeiro e filho do ex-presidente): tido como idealizador da rede ilegal;
Jair Bolsonaro: considerado beneficiário direto das ações de espionagem;
Policiais federais e servidores da Abin: teriam atuado na execução e blindagem do sistema de monitoramento clandestino.
Mais sobre a estrutura paralela
Ainda de acordo com informações da Polícia Federal, a estrutura utilizava o sistema FirstMile, um software de espionagem de origem israelense, capaz de rastrear a localização de alvos em tempo real a partir de dados de telefonia.
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Com a retirada do sigilo, os autos do inquérito podem agora ser usados de forma mais transparente nas etapas seguintes do processo.