Política

Ministério Público abre procedimento para investigar uso de verba pública por Brisa no "Rolê Vermelho"

Ministério Público do RN investiga possível desvio de verbas em evento promovido pela vereadora Brisa Bracchi em Natal  |  Reprodução/Internet

Publicado em 27/08/2025, às 16h41   Reprodução/Internet   Giovana Gurgel

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio da 60ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Natal, abriu nesta quarta-feira (27) um inquérito civil para apurar a possível destinação irregular de recursos públicos pela vereadora Brisa Bracchi para o evento Rolê Vermelho.

A investigação surgiu após denúncia do vereador Matheus Faustino da Silva Souza, que questionou a legalidade do uso de emendas impositivas para custear a festa.

O evento aconteceu em 9 de agosto e recebeu R$ 49 mil provenientes de emendas parlamentares. Desse total, R$ 18 mil foram indicados pela vereadora Brisa Bracchi para a cantora Khrystal, banda Skarimbó e DJ Augusto, e R$ 31 mil pela ex-vereadora Ana Paula de Araújo Correia, destinados à banda Tanda.

O procedimento investiga se os recursos foram usados de forma incompatível com o objetivo original da verba, classificada como “Apoio às Festas Tradicionais e aos Festejos Populares do Município de Natal”.

O MPRN analisa se houve desvio de finalidade e ilegalidade na execução das emendas, observando se foram respeitadas a Lei de Improbidade Administrativa e decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a aplicação de emendas parlamentares.

A promotoria quer esclarecer se a destinação dos recursos se enquadra nas regras municipais e federais.

Pedidos de esclarecimento à Funcarte

Para instruir o inquérito, o MPRN solicitou à Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte) cópias dos processos administrativos relativos às contratações e informações sobre a participação de cada envolvido no Rolê Vermelho.

A intenção é entender como a Funcarte fiscaliza a legalidade das indicações dos vereadores e se há regulamentação específica para execução dessas emendas.

Além das duas parlamentares, a investigação mira o papel da Funcarte na gestão da verba pública e a atuação da ex-vereadora Ana Paula, mesmo após deixar o cargo. O inquérito busca confirmar se houve apresentação de plano de trabalho para a aplicação dos recursos, conforme as normas do STF.

O procedimento também analisará se houve transparência nos gastos e se a verba pública foi utilizada exclusivamente para apoiar festas populares tradicionais, ou se financiou eventos de cunho político.

Próximos passos da investigação

O MPRN aguarda a entrega das informações solicitadas à Funcarte para avançar com a apuração. Dependendo do resultado, o caso poderá evoluir para ações civis públicas ou outras medidas legais cabíveis.

A promotoria reforça que o objetivo é verificar a regularidade na destinação de emendas impositivas e garantir que recursos públicos não sejam utilizados para fins políticos ou pessoais, preservando a integridade do patrimônio municipal.

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