Política
Publicado em 29/07/2025, às 13h31 Foto: Ricardo Stuckert/PR BNews Natal
Faltando quatro dias para o chamado “dia D”, o presidente Lula surpreendeu ao anunciar que só na sexta-feira decidirá sobre medidas de socorro aos setores mais impactados pelo aumento de 50% nas tarifas americanas, impostas por Donald Trump.
A declaração deixa no ar a dúvida: o que Lula realmente espera, um recuo improvável, algum acordo secreto ou o impacto do tsunami econômico atingir o país?
Enquanto permanece firme no palanque, Lula não para de provocar e ironizar Trump e os Estados Unidos.
A popularidade do presidente brasileiro subiu às custas do temor gerado pelo tarifaço, enquanto a de Jair Bolsonaro despencou. Isso reforça a questão: Lula busca um resultado concreto na sexta-feira ou pretende usar a crise para fortalecer sua posição eleitoral em 2026? Talvez as duas coisas estejam ligadas.
Negociações seguem discretas e sem sinais de recuo
Apesar das intensas conversas entre o chanceler Mauro Vieira, o vice Geraldo Alckmin, empresários e senadores brasileiros nos EUA, não há qualquer sinal público de que os 50% sejam reduzidos. Tal cenário é surpreendente, já que o Brasil não apresenta superávit comercial com os EUA, condição típica para aplicação dessas tarifas punitivas.
A raiz do problema, porém, não é comercial, e sim política. O endurecimento dos EUA contra o Brasil estaria ligado a fatores como o processo contra Bolsonaro, o alinhamento de Lula com Kamala Harris, a aproximação com China, Rússia e o Brics — vistos como rivais de Washington. Isso fecha portas e dificulta qualquer avanço nas negociações.
Sexta-feira pode não ser o fim, mas o impacto será severo
Antes de embarcar para Nova York em busca de pragmatismo, o governo enviou um embaixador para abrir canais nos EUA, mas até agora a resposta é preocupante. O impacto no PIB, nas exportações e no emprego promete ser severo, e Lula segue na campanha, aparentemente distante da urgência da situação.
O tarifaço de 50% está prestes a entrar em vigor e pode provocar uma derrota econômica arrasadora para o Brasil. No entanto, a guerra comercial não termina na sexta-feira. Resta saber se Lula e Trump conseguirão adotar uma postura diplomática e de estadistas para negociar os próximos passos. A resposta só virá depois do “dia D”.