Política

Haddad corre contra o tempo para salvar MP do IOF e evitar rombo bilionário

Ministro da Fazenda tenta garantir arrecadação de R$ 15 a 17 bilhões com a aprovação da MP do IOF até quarta-feira  |  Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Publicado em 07/10/2025, às 13h05   Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados   Giovana Gurgel

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta segunda-feira (6) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em uma tentativa de evitar que a medida provisória do IOF perca validade.

O governo depende da MP para garantir parte da arrecadação prevista e fechar as contas públicas dentro da meta de 2025.

A medida provisória surgiu após o desgaste político causado por um decreto presidencial que elevou o IOF em várias transações financeiras, mas acabou sendo parcialmente revogado no mesmo dia. Agora, a MP alternativa enfrenta resistência no Congresso e precisa ser votada até quarta-feira (8) para perder a validade.

Setores do parlamento continuam contrários às taxações previstas, e o governo busca preservar ao menos R$ 15 a 17 bilhões da arrecadação originalmente estimada em R$ 35 bilhões, segundo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

Ajustes e negociações no Congresso

Durante a reunião, Haddad ressaltou o impacto fiscal da MP e reconheceu que serão necessários ajustes. “Alguns pontos vão depender de conversa em cada bancada”, disse Lindbergh, destacando que concessões são inevitáveis para viabilizar a votação.

O governo defende que a MP seja aprovada mesmo em versão reduzida, garantindo parte da receita prevista no Orçamento de 2026.

“O governo vai ter que fazer ajustes no futuro, mas considera que não é possível fechar um orçamento sem a previsão desta arrecadação”, afirmou Lindbergh.

A urgência é motivada pelo calendário fiscal e pelo risco de perder parte da arrecadação, caso a MP não seja votada dentro do prazo legal.

Principais pontos da MP

Atualmente, a MP prevê aumento da alíquota sobre apostas esportivas de 12% para 18%, tributação de criptoativos, uniformização da alíquota de IR sobre aplicações financeiras em 17,5%, elevação da CSLL para instituições financeiras entre 15% e 20%, corte de 10% em gastos tributários e regras mais rígidas para compensações de crédito tributário.

Originalmente, o texto incluía também a taxação da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito Agropecuário (LCA) e Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), que hoje são isentas, mas o relator Carlos Zarattini (PT-SP) retirou essas medidas da versão final.

O governo tenta equilibrar a necessidade de arrecadação com a pressão do Congresso, em um momento de tensão política e risco de frustração das metas fiscais do ano.

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