Política
Publicado em 19/05/2025, às 18h06 Ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes - Reprodução/Internet Redação
O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, negou ter ameaçado dar voz de prisão ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) durante reunião em que o então chefe do Executivo teria sugerido a possibilidade de um golpe de Estado para se manter no poder.
“Alguns veículos noticiaram que eu teria dado voz de prisão ao ex-presidente Bolsonaro, mas isso não aconteceu”, afirmou o general durante depoimento ao STF nesta segunda-feira (19).
Os relatos fazem parte do inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura a atuação do chamado "Núcleo 1" da trama golpista.
O episódio, ocorrido no Palácio da Alvorada, foi mencionado à Polícia Federal pelo ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior. Segundo Baptista, a reação firme de Freire Gomes teria sido decisiva para impedir qualquer tentativa de ruptura institucional.
Segundo Baptista, o ex-presidente Jair Bolsonaro cogitou decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou até mesmo um Estado de Defesa ou de Sítio, mecanismos previstos na Constituição. Na ocasião, ainda segundo o ex-comandante da FAB, Freire Gomes teria dito que, se Bolsonaro insistisse com tal ato, ele seria obrigado a prendê-lo.
Freire Gomes, por sua vez, refutou essa versão. Ele afirmou que, embora tenha rejeitado qualquer proposta golpista, sua posição pode ter sido mal interpretada por outros comandantes.
Ambos os militares confirmaram que rechaçaram, em mais de uma oportunidade, qualquer tentativa de golpe.