Política
Publicado em 16/07/2025, às 14h57 Senador Ciro Nogueira (PP-PI) - Divulgação/Ciro Nogueira BNews Natal
Durante depoimento nesta quarta-feira (16), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no final de 2022.
A informação foi revelada durante o depoimento do senador como testemunha de defesa do coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e um dos réus da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
O que disse Nogueira
Ao ser questionado pela defesa de Marcelo Costa Câmara, o senador afirmou que o encontro de fato aconteceu, entre novembro e dezembro do ano de 2022, e que foi ele próprio quem organizou a reunião:
“Houve esse encontro, foi até relatado na delação do Cid, mas eu não me lembro da participação do Câmara. Eu promovi o encontro entre Moraes e o presidente na minha residência”, disse Nogueira.
Apesar da confirmação do encontro, o parlamentar não revelou o teor da conversa entre Bolsonaro e o ministro do STF.
Depoimentos no STF
O depoimento de Ciro Nogueira ocorreu no contexto das audiências no STF com testemunhas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas dos réus investigados por tentativa de golpe de Estado.
Os depoimentos envolvem os chamados núcleos 2, 3 e 4 da investigação, que inclui ex-assessores militares e civis de Bolsonaro.
As oitivas começaram na última segunda-feira (14) e seguem até o dia 23 de julho. Elas ocorrem nas salas de audiência do anexo do Supremo, com transmissão por videoconferência e sem presença da imprensa durante os depoimentos.
As imagens são gravadas exclusivamente pelo STF e anexadas aos autos do processo.
Contexto da reunião
A existência de uma reunião entre Bolsonaro e Moraes já havia sido mencionada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente, em seu acordo de delação premiada. No entanto, a confirmação pública por Ciro Nogueira, aliado político e ex-ministro da Casa Civil, adiciona um novo elemento ao caso.
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O encontro, realizado de forma privada e fora da agenda oficial, ocorreu em um período de forte tensão institucional, logo após a derrota de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.