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Extremismo, rituais e aliciamento: o que está por trás da ameaça ao show de Lady Gaga

Conversas interceptadas revelaram planos concretos de ataque, incluindo fabricação de explosivos e apologia à violência  |  A Polícia Civil do Rio de Janeiro impede atentado a bomba durante show de Lady Gaga, revelando uma rede extremista online. - Reprodução/X @ladygaga

Publicado em 04/05/2025, às 18h35   A Polícia Civil do Rio de Janeiro impede atentado a bomba durante show de Lady Gaga, revelando uma rede extremista online. - Reprodução/X @ladygaga   Aryela Souza

Discurso de ódio, fanatismo religioso e planos de violência quase transformaram uma celebração musical em tragédia. A Polícia Civil do Rio de Janeiro desmontou um atentado a bomba que seria realizado durante o show da cantora Lady Gaga, em Copacabana, na noite deste sábado (3). O evento reuniu mais de 2 milhões de pessoas e, segundo os investigadores, era alvo de uma rede extremista que promovia radicalização online com discurso terrorista, simbologia religiosa deturpada e ataques direcionados ao público LGBTQIA+, crianças e adolescentes.

O plano foi descoberto a partir do monitoramento de fóruns virtuais onde os participantes combinavam ações violentas disfarçadas de “desafios” e “ritos”. O líder do grupo, um homem com histórico de publicações extremistas, falava abertamente em realizar um “sacrifício ritual” como resposta ao que chamava de “influência satânica” da artista pop.

Batizada de Fake Monster, em referência ao nome do fandom da cantora, Little Monsters, a operação envolveu unidades especializadas em crimes cibernéticos, antiterrorismo e proteção à infância, com o apoio do Ministério da Justiça. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em quatro estados. Entre os alvos estavam um adolescente que armazenava pornografia infantil no Rio de Janeiro e um homem preso em flagrante por porte ilegal de arma no Rio Grande do Sul.

De acordo com os investigadores, o grupo usava redes sociais para aliciar jovens e disseminar conteúdo violento, com incentivo ao suicídio, apologia à pedofilia e teorias religiosas conspiratórias. “É mais do que discurso de ódio: trata-se de um plano concreto para causar terror em massa”, afirmou a Polícia Civil.

As conversas interceptadas revelaram instruções sobre a fabricação de artefatos explosivos improvisados, como coquetéis molotov. A motivação do grupo reunia fanatismo, sede por notoriedade e uma crença distorcida em “missões purificadoras”.

O principal investigado foi localizado em Macaé, no Norte Fluminense. Em depoimento, ele admitiu que pretendia realizar o ataque durante o show e, segundo as postagens em suas redes, planejava ainda executar uma criança em transmissão ao vivo. Ele foi autuado por terrorismo e incitação ao crime. Mesmo sem a concretização do atentado, a legislação brasileira prevê punição para atos preparatórios.

Apesar da gravidade do caso, a ação policial foi realizada de forma sigilosa e eficaz. O evento transcorreu sem incidentes e com total segurança para o público.

Classificação Indicativa: Livre


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