Negócios

Inflação desacelera pelo quarto mês seguido, mas energia elétrica pressiona IPCA de junho

Com esse registro, a taxa mensal da inflação do país chega a sua quarta queda consecutiva. Os dados foram divulgados pelo IBGE  |  O principal fator por trás da alta na energia elétrica foi a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicado em 10/07/2025, às 13h48   O principal fator por trás da alta na energia elétrica foi a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 - Marcello Casal Jr/Agência Brasil   BNews Natal

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou mais uma vez em junho, fechando o mês passado em 0,24%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10). 

Com esse registro, a taxa mensal da inflação do país chega a sua quarta queda consecutiva. Isso acontece, principalmente, por causa da primeira deflação no grupo de alimentos e bebidas após nove meses.  

Mesmo com o alívio vindo da alimentação no domicílio, que recuou cerca de 0,43% no mês, a inflação continua pressionada por outros setores, especialmente pela conta de luz, que teve um aumento de 2,96%, se tornando o subitem de maior impacto no índice, com contribuição de 0,12 ponto percentual.

Energia elétrica e bandeira vermelha

O principal fator por trás da alta na energia elétrica foi a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

leia também

Mais de 340 mil famílias podem ter conta de luz mais barata no RN; veja quem tem direito

Energia mais cara: Aneel mantém bandeira vermelha nas contas de luz em julho

Residências poderão escolher seu fornecedor de energia a partir de 2027; entenda

Essa cobrança adicional reflete a menor geração de energia por hidrelétricas ao fim do período chuvoso e a necessidade de acionar usinas termelétricas,fazendo com que a conta tenha um custo mais elevado.

Alimentação cai após vários meses

O grupo de alimentação e bebidas caiu 0,18% no mês passado, impulsionado pela queda nos preços de produtos como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). O recuo está ligado à melhoria na safra agrícola, que aumentou a oferta e ajudou a frear os preços.

Mesmo produtos que vinham acumulando altas expressivas, como o café, apresentaram desaceleração: passou de 4,59% em maio para 0,56% em junho. 

Outros grupos

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas o de alimentação apresentou queda. Entre os demais destaques:

Habitação: alta de 0,99% (impacto de 0,15 p.p.);

Vestuário: 0,75% (0,04 p.p.);

Transportes: 0,27% (0,05 p.p.), com destaque para o aumento no transporte por aplicativo (13,77%), apesar da queda nos combustíveis (-0,42%);

Educação: estabilidade (0,00%);

Comunicação: leve alta de 0,11%.

O índice de difusão, responsável por medir o percentual de itens com aumento de preço, ficou em 54%, sendo o  menor nível desde julho de 2024.

Meta de inflação segue estourada

Mesmo com a desaceleração mensal, o IPCA acumulado em 12 meses alcançou 5,35%, permanecendo pelo sexto mês consecutivo acima do teto da meta do governo, que é de 4,5%. 

Perspectivas

Com a inflação mostrando sinais de desaceleração, mesmo que ainda acima da meta, a expectativa do mercado se volta agora para as próximas decisões do Banco Central sobre a taxa Selic.

O desafio permanece em equilibrar o controle da inflação com estímulos ao crescimento econômico em um cenário de pressões pontuais e choques externos.

Classificação Indicativa: Livre


TagsInflaçãoAlimentosQuedaIbgeEnergia elétricaElevação