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Dívida Pública bate recorde e supera R$ 7,8 trilhões mesmo com previsão abaixo do esperado

Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados nesta segunda-feira (28), o estoque passou de R$ 7,67 trilhões em maio para R$ 7,883 trilhões em junho  |  Grande parte desse movimento foi puxado pela Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que cresceu 2,99% e fechou junho em R$ 7,581 trilhões - José Cruz / Agência Brasil

Publicado em 28/07/2025, às 16h51   Grande parte desse movimento foi puxado pela Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que cresceu 2,99% e fechou junho em R$ 7,581 trilhões - José Cruz / Agência Brasil   BNews Natal

Impulsionada pelos juros elevados e por um baixo volume de vencimentos, a Dívida Pública Federal (DPF) voltou a subir e superou, pela primeira vez, a marca de R$ 7,8 trilhões de reais.

Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados nesta segunda-feira (28), o estoque passou de R$ 7,67 trilhões em maio para R$ 7,883 trilhões em junho, um aumento de 2,77% no período.

Mesmo com o avanço, a dívida segue dentro das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima que o montante encerre 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões. A marca dos R$ 7 trilhões havia sido atingida apenas no mês anterior, o que reforça o ritmo acelerado de crescimento.

Grande parte desse movimento foi puxado pela Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que cresceu 2,99% e fechou junho em R$ 7,581 trilhões.

Juros altos pressionam endividamento

Com a Selic em 15% ao ano, a apropriação de juros segue sendo um dos principais fatores de pressão sobre a dívida. Esse mecanismo representa a contabilização mensal dos juros incidentes sobre os títulos emitidos pelo governo.

Somente em junho, o Tesouro emitiu R$ 161,31 bilhões de reais em títulos e resgatou apenas R$ 6,69 bilhões, o que contribuiu para o avanço do estoque da dívida. Esse cenário de baixa concentração de vencimentos favoreceu a expansão do chamado “colchão da dívida”.

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A Dívida Pública Federal externa (DPFe), por outro lado, recuou 2,28% no mesmo mês, totalizando R$ 302,12 bilhões. 

Governo reforça reserva para emergências

O colchão da dívida, reserva financeira utilizada para garantir liquidez em momentos de estresse do mercado, cresceu de R$ 861 bilhões para R$ 1,03 trilhão em junho. Segundo o Tesouro, esse é o maior patamar registrado desde julho de 2024.

Atualmente, essa reserva é suficiente para cobrir 8,44 meses de vencimentos. Ao longo dos próximos 12 meses, estão previstos vencimentos que somam R$ 1,236 trilhão.

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