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Robô realiza 1ª cirurgia humana sem ajuda de médicos por meio de IA

Universidade americana marca um avanço com cirurgia autônoma realizada por robô cirúrgico inteligente  |  Foto: Juo-Tung Chen / Johns Hopkins University.

Publicado em 18/07/2025, às 09h11   Foto: Juo-Tung Chen / Johns Hopkins University.   Redação

Pela primeira vez na história da medicina, um robô cirúrgico operado por inteligência artificial realizou, de forma totalmente autônoma, uma cirurgia em tecido humano sem qualquer intervenção direta de médicos. 

O marco foi alcançado na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, onde a máquina realizou com sucesso uma colecistectomia — procedimento que consiste na remoção da vesícula biliar.

O feito, considerado um divisor de águas no uso de IA na área da saúde, foi detalhado em um estudo publicado nesta semana pela revista científica Science Robotics.

A tecnologia utilizada é o SRT-H (Hierarchical Surgical Robot Transformer), uma evolução do robô STAR. O modelo é capaz de compreender o contexto da cirurgia, tomar decisões e se adaptar em tempo real durante os procedimentos. Além disso, interage com a equipe médica por meio de comandos de voz, em uma dinâmica comparada pelos pesquisadores à de um residente sendo guiado por um mentor.

Antes da realização da cirurgia em tecido humano, o robô foi treinado com vídeos de operações reais, com legendas explicativas de cada etapa. Ele também foi ensinado a realizar ações fundamentais como segurar tecidos, manipular agulhas e fazer suturas — etapas necessárias para a retirada da vesícula, que costuma exigir 17 passos distintos.

Nos testes anteriores, o SRT-H realizou oito operações em vesículas ex vivo (fora do corpo humano). Mesmo diante de desafios simulados, como variações anatômicas e alterações nos tecidos, a máquina demonstrou precisão e segurança ao completar todos os procedimentos.

O robô utiliza uma arquitetura de aprendizado semelhante à de sistemas como o ChatGPT, o que permite que ele compreenda linguagem natural, aprenda com comandos verbais e se adapte em tempo real. Isso o capacita a corrigir desvios durante a cirurgia e responder a situações imprevisíveis — algo que versões anteriores, como o robô STAR em 2022, ainda não conseguiam fazer.

De acordo com os autores do estudo, apesar de o SRT-H ainda operar com mais lentidão que um cirurgião experiente, os resultados clínicos foram equivalentes.

Ainda não há uma data definida para que o robô seja testado em pacientes vivos, mas os pesquisadores acreditam que isso poderá acontecer na próxima década. 

A expectativa é que a tecnologia amplie seu repertório cirúrgico e, futuramente, realize operações complexas com autonomia, segurança e eficácia.

Classificação Indicativa: Livre


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