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Genocídio em Gaza: Médicos Sem Fronteiras exige ação imediata de líderes mundiais

A campanha da MSF busca pressionar líderes mundiais a interromper as atrocidades e garantir ajuda humanitária em Gaza  |  Foto: Nour Alsaqqa/MSF

Publicado em 15/09/2025, às 13h27   Foto: Nour Alsaqqa/MSF   Giovana Gurgel

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou uma campanha global para denunciar o genocídio em curso contra os palestinos e cobrar um cessar-fogo imediato.

Com o lema “Médicos não podem parar o genocídio. Líderes mundiais, sim”, a ação convida a população a compartilhar a mensagem e pressionar governantes a usar sua influência política, diplomática e econômica para interromper as atrocidades em Gaza.

Segundo a MSF, o que acontece no território vai além de uma catástrofe humanitária. Para a organização, trata-se da destruição sistemática de um povo, diante da inação da comunidade internacional.

“Os governos, ao se manterem em silêncio ou ao apoiar diretamente Israel, tornam-se cúmplices desse genocídio”, afirma a entidade.

O apelo da MSF inclui medidas como o fim do cerco, a suspensão imediata de ataques contra instalações médicas, a garantia de entrada de ajuda humanitária e a interrupção da venda de armas usadas no conflito.

Ruas da cidade de Rafah, no sul de Gaza. Palestina, janeiro de 2025 -
Foto: Mariam Abu Dagga/MSF


Hospitais sob ataque e sistema de saúde em colapso

A crise humanitária se reflete diretamente na saúde. Nenhum hospital em Gaza funciona em plena capacidade, e os poucos que ainda operam estão sobrecarregados e sem insumos básicos. Instalações médicas foram invadidas, hospitais foram bombardeados e milhares de pacientes estão sem atendimento adequado.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde local, mais de 64 mil pessoas foram mortas desde o início da ofensiva, incluindo 20 mil crianças. Muitas vítimas ainda estão sob os escombros, e não há local seguro para civis.

A violência atinge também profissionais de saúde. Mais de 1.500 foram mortos, entre eles 12 integrantes da MSF. O cirurgião ortopédico Mohammed Obeid continua detido por Israel desde outubro de 2024, enquanto equipes médicas lutam para atuar em meio ao caos.

Corredor do Hospital Indonésio destruído, em Gaza. Palestina, fevereiro de 2025 - Foto: Nour Alsaqqa/MSF


Fome, sede e doenças se espalham em Gaza

O cerco imposto por Israel impede a entrada de combustível, alimentos, água e medicamentos. A fome já foi confirmada na Cidade de Gaza, e a escassez extrema de comida mata diariamente. Relatos da MSF denunciam que a pouca ajuda alimentar autorizada tem sido usada como arma de guerra.

Uma operação administrada por Israel e financiada pelos Estados Unidos, chamada Fundação Humanitária de Gaza, foi responsabilizada pela morte de 1.400 pessoas e por ferir outras 4 mil.

Enquanto isso, a falta de água potável agrava a situação. Somente no último mês, 4 mil casos de diarreia aquosa foram tratados, doença que pode ser fatal para crianças desnutridas.

A organização afirma ainda que equipamentos de dessalinização e suprimentos destinados a melhorar o acesso à água são frequentemente barrados pelas autoridades israelenses. Essa combinação de fome, sede e doenças ameaça acelerar ainda mais o colapso humanitário no território.

Paciente internado  em Gaza, que foi ferido enquanto buscava alimentos - Foto: Nour Alsaqqa/MSF

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