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Bloqueio de Israel ameaça colapso humanitário em Gaza, alerta Médicos Sem Fronteiras

A ONU enfrenta dificuldades para enviar ajuda - Imagem: Eyad BABA / AFP
A população de Gaza enfrenta escassez extrema de água potável e cuidados médicos, segundo Médicos Sem Fronteiras  |   BNews Natal - Divulgação A ONU enfrenta dificuldades para enviar ajuda - Imagem: Eyad BABA / AFP

Publicado em 23/06/2025, às 13h14   Redação



A Faixa de Gaza enfrenta um risco iminente de colapso humanitário, com a população prestes a perder completamente o acesso à água potável e a cuidados médicos essenciais. O alerta foi feito por Médicos Sem Fronteiras (MSF), que denuncia os bloqueios impostos por Israel à entrada de suprimentos e combustível na região.

De acordo com a organização, apesar das recentes declarações de Israel sobre a criação de corredores para abastecimento, a realidade no território é de escassez extrema. "Estamos sem nada. Faltam gaze, medicamentos e até alimentos terapêuticos para crianças desnutridas", relata Katja Storck, coordenadora de enfermagem da MSF em Khan Younis.

O impacto já é visível nas unidades de saúde. No hospital de campanha de Deir Al-Balah, os atendimentos a feridos por arma de fogo aumentaram 190% em apenas uma semana. Em Gaza, o hospital Al-Helou Maternity precisou desligar os elevadores para economizar combustível. A falta de eletricidade já provocou quedas no fornecimento de oxigênio e desligamento de ventiladores neonatais, colocando a vida de recém-nascidos em risco, segundo Amy Low, líder da equipe médica da MSF na cidade.

A situação se agravou após três meses de bloqueio quase total. Na última semana, a ONU só conseguiu liberar 280 mil litros de combustível após 12 tentativas negadas pelas autoridades israelenses. Sem combustível, o funcionamento das usinas de dessalinização, ambulâncias e equipamentos médicos está comprometido.

A MSF critica o que chama de "estratégia de punição coletiva" por parte de Israel e pede o fim imediato das restrições. “O uso da ajuda humanitária como arma de guerra precisa parar”, afirma Aitor Zabalgogeazkoa, coordenador de emergências da organização em Gaza. A entidade também denuncia que as ações em curso apresentam padrões que configuram genocídio, com assassinatos em massa, destruição de infraestrutura civil e restrições deliberadas ao acesso a itens básicos de sobrevivência.

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