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Crise silenciosa; adultização infantil ameaça futuro e exige resposta urgente

A adultização infantil no Brasil cresce com redes sociais, afetando milhões de crianças e adolescentes em seu desenvolvimento  |  Reprodução/Freepik

Publicado em 08/09/2025, às 13h13   Reprodução/Freepik   Giovana Gurgel

A infância brasileira enfrenta um risco coletivo que já ultrapassou os limites acadêmicos e ganhou proporções nacionais.

A chamada adultização infantil, intensificada pelas redes sociais, alcançou números alarmantes em agosto de 2025: um único vídeo sobre o tema somou 41 milhões de visualizações no YouTube, 5 milhões de menções em plataformas digitais e impacto direto em 86 milhões de usuários únicos.

A preocupação cresce diante de outro dado: 88% das crianças de 9 a 17 anos já têm perfis em redes sociais, muitas vezes acessando conteúdos sem qualquer mediação adulta.

Especialistas alertam que a exposição precoce a conteúdos adultos compromete o desenvolvimento saudável. A psicologia do desenvolvimento mostra que a infância e a adolescência são fases cruciais para a formação da identidade, da autoestima e da regulação emocional.

A interrupção desse processo pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e dificuldades de relacionamento.

Escola como rede de proteção

Nesse cenário, a escola surge como espaço estratégico para proteger a infância. A Lei Federal nº 13.935, que determina a presença de psicólogos e assistentes sociais na rede básica, representa um avanço, mas ainda precisa ser ampliada.

O Grupo Med+ já aplica esse modelo em São Paulo, com mais de 700 profissionais atuando em escolas públicas.

Enquanto psicólogos atuam na mediação de conflitos e prevenção de autolesão, assistentes sociais garantem o acesso das famílias em vulnerabilidade à rede de proteção social.

Para Ivana Lobosco, psicóloga do Med+, o trabalho integrado é essencial.

“A escola deve ser o ambiente onde se desenvolvem habilidades para lidar com pressões externas, protegendo a infância e respeitando o tempo natural de cada criança. O esforço conjunto é a chave para impedir que os alunos sejam forçados a amadurecer precocemente”, afirma.

Violência expõe urgência

A gravidade do tema também se reflete nos números da violência contra crianças e adolescentes. Entre 2021 e 2023, o Brasil registrou 164 mil estupros, o equivalente a um caso a cada oito minutos.

Só em 2024, as denúncias de crimes contra crianças cresceram 22,6%, totalizando mais de 289 mil registros na Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.

“Não se trata de um fenômeno isolado, mas de uma ameaça coletiva que pode comprometer toda uma geração”, alerta Lobosco.

Diante desses dados, aumenta a pressão por políticas públicas mais efetivas e também por iniciativas privadas que fortaleçam a saúde mental no ambiente escolar. A Med+, referência nacional no setor, oferece um modelo escalável de capacitação e gestão de profissionais, pronto para ser aplicado em instituições públicas e privadas.

Prevenção e acolhimento

Mais do que cumprir a lei, especialistas defendem que a escola precisa se consolidar como um espaço de acolhimento e prevenção. Experiências já implantadas mostram resultados concretos: redução da evasão escolar, aumento da presença dos alunos e fortalecimento dos vínculos entre famílias e professores.

Enquanto o Congresso discute o PL 2628/2022, que busca combater a exploração infantil em plataformas digitais, iniciativas como a do Med+ mostram que é possível construir barreiras de proteção mais eficazes.

O desafio, segundo os especialistas, é transformar boas práticas em políticas estruturais, capazes de devolver à infância o direito de ser vivida no seu tempo.

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