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Famílias da reforma agrária recebem 60 colmeias de abelhas nativas da Caatinga

A ação do projeto garante a reintrodução de abelhas nativas, contribuindo para a restauração de plantas ameaçadas  |  Famílias da reforma agrária recebem 60 colmeias de abelhas nativas da Caatinga - Jaqueline Rondon

Publicado em 25/04/2025, às 19h56   Famílias da reforma agrária recebem 60 colmeias de abelhas nativas da Caatinga - Jaqueline Rondon   Redação

As abelhas nativas exercem um papel essencial no equilíbrio ecológico da Caatinga, atuando de forma decisiva na polinização de plantas nativas — muitas delas endêmicas, ou seja, exclusivas dessa região. Nesta quarta (23) e quinta-feira (24), o projeto Vale Sustentável, junto ao meliponicultor Ivan Santa Rosa, entregou 60 colmeias de abelhas Jandaíra para agricultores dos assentamentos Pirangi (em Galinhos), Vassouras e Canto Comprido (em Carnaubais/RN). Com isso, as famílias locais passam também a atuar como meliponicultores. A iniciativa é promovida pela Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos (ANEA), em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

Diversas plantas do bioma dependem exclusivamente dessas abelhas para se reproduzirem, como o mandacaru, juazeiro e umbuzeiro. Durante a entrega, Ivan Santa Rosa demonstrou como manejar as abelhas sem ferrão, além de orientações sobre alimentação e cuidados nos períodos de estiagem. Ele ressaltou a importância ecológica do inseto: "É essencial devolver essas abelhas ao seu habitat. Elas promovem a polinização, formam novos enxames e ajudam no reflorestamento. Além disso, esse trabalho gera renda complementar para as famílias", afirmou.

O Vale Sustentável cuida de toda a estruturação dos meliponários — espaços próprios para a criação de abelhas sem ferrão, também chamadas de abelhas nativas ou meliponíneos (da família Meliponini). Comuns em regiões tropicais e subtropicais como o Brasil, essas abelhas produzem mel, cera e própolis, além de serem fundamentais para a polinização de espécies nativas. Elas são mantidas em caixas de madeira adaptadas, que facilitam o manejo e a extração do mel. Embora produzam menos mel que a abelha com ferrão (Apis mellifera), seu produto é altamente valorizado pelo sabor diferenciado e propriedades medicinais. Os meliponários também contribuem para preservar espécies e conservar a biodiversidade local.

Evanira Araújo, técnica em Meio Ambiente do projeto, reforçou a importância da ação: "Essa atividade garante a conservação das espécies, ao reintroduzi-las em seu ambiente natural. Com a polinização, elas ajudam a restaurar plantas ameaçadas de extinção", explicou.

A responsabilidade pelas colmeias será dos próprios agricultores, que futuramente poderão multiplicar os enxames. Ainda neste ano, as comunidades beneficiadas receberão o Curso de Meliponicultura, promovido pela equipe do projeto.

Classificação Indicativa: Livre


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