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Confira qual cidade do RN tem mais pessoas com deficiência; número no Brasil ultrapassa 14 milhões

No Brasil, 14,4 milhões de pessoas têm deficiência; no RN, 8,8% da população é afetada, com destaque para Mossoró e Natal  |  Mossoró apresenta 9,1% de pessoas com deficiência, enquanto Natal e São Gonçalo do Amarante seguem na lista. - Divulgação

Publicado em 25/05/2025, às 08h42   Mossoró apresenta 9,1% de pessoas com deficiência, enquanto Natal e São Gonçalo do Amarante seguem na lista. - Divulgação   Dani Oliveira

O Censo Demográfico 2022 identificou, no Brasil, 14,4 milhões de pessoas com deficiência com 2 anos ou mais de idade, o equivalente a 7,3% da população nessa faixa etária. No Nordeste, essa proporção foi maior, alcançando 8,6%. No Rio Grande do Norte, 285,3 mil residentes foram identificados com deficiência (8,8%), sendo 7,9% dos homens e 9,7% das mulheres. Entre os municípios potiguares com mais de 100 mil habitantes, Mossoró apresentou o maior percentual (9,1%), seguido por Natal (8,7%), São Gonçalo do Amarante (8,8%) e Parnamirim (6,1%).

No recorte por faixa etária, os dados mostraram que a proporção de pessoas com deficiência no Rio Grande do Norte aumentou progressivamente com a idade, alcançando 24,9% entre os moradores com 60 anos ou mais. Entre as mulheres idosas, esse percentual foi ainda maior: 26,8%, frente a 22,5% entre os homens. O estado potiguar apresentou percentuais superiores à média nacional (7,3%) e figurou como o quinto com maior proporção de pessoas com deficiência tanto no Nordeste quanto no Brasil. O Nordeste concentrou os maiores percentuais do país (8,6%), com destaque para as mulheres (9,5%) em comparação aos homens (7,6%), reforçando o padrão de desigualdade por sexo presente em todos os estados da região.

Esses resultados evidenciaram diferenças importantes entre os territórios e entre os sexos, com destaque para as mulheres, que apresentaram percentuais mais elevados em todas as localidades analisadas”, pontuou o IBGE.

No Rio Grande do Norte, a prevalência de deficiência entre pessoas de 2 anos ou mais (8,8%) foi superior à média nacional (7,3%) e ligeiramente maior que a do Nordeste (8,6%). Observou-se que, em quase todos os recortes por cor ou raça, o RN apresentou valores mais altos do que o Brasil, destacando-se as pessoas pretas (11,2% no RN contra 8,6% no Brasil) e amarelas (11,6% no RN contra 6,6% no Brasil). Em comparação ao Nordeste, o RN teve valores similares, mas ainda ligeiramente maiores em alguns grupos, indicando maior carga de deficiência em termos proporcionais. Em São Gonçalo do Amarante, a prevalência chegou a 15,4% entre indígenas. Mossoró se destacou com 11,9% entre indígenas e 11,3% entre pretos.

O Rio Grande do Norte apresentou percentuais mais elevados de dificuldades funcionais permanentes em comparação com o Brasil em todas as categorias: enxergar (4,8% no RN contra 4,0% no Brasil), ouvir (1,5% contra 1,3%), andar (3,0% contra 2,6%), pegar objetos (1,5% contra 1,4%) e dificuldades mentais (1,7% contra 1,4%). Em relação ao Nordeste, o RN apresentou resultados muito similares ou ligeiramente inferiores, exceto para a limitação mental, cuja taxa no RN (1,7%) superou a média da região (1,6%).

Em Mossoró, esses percentuais de limitação para enxergar e para andar ou subir, foram ligeiramente superiores (4,7% e 3,2%, respectivamente), enquanto Parnamirim registrou os menores valores para todas as categorias, especialmente dificuldade para ouvir (0,9%). São Gonçalo do Amarante apresentou a maior proporção de pessoas com dificuldade para enxergar (5,3%).

Para múltiplas dificuldades (2 ou mais), no comparativo nacional, o Rio Grande do Norte apresentou a proporção de 2,3%, com prevalência de deficiência acima da média brasileira de 2,0% e praticamente equivalente ao Nordeste 2,4%. Conforme observado na Tabela 4, em Natal, o percentuais foi similar, 2,4%. Mossoró apresentou percentual levemente superior na categoria de múltiplas dificuldades, com 2,6%. Já Parnamirim teve o menor índice (1,5%). “Os dados demonstraram que a maioria das pessoas com deficiência relatou apenas uma limitação funcional, embora a proporção de múltiplas dificuldades tenha sido relevante e similar em algumas localidades”, avaliou o IBGE.

Sobre o grau de dificuldade funcional, no Rio Grande do Norte, a dificuldade mais prevalente foi para enxergar, com 16,1% da população apresentando algum grau de limitação, seguida por dificuldade para andar (4,9%) e ouvir (4,5%). A maior proporção de pessoas que afirmaram “não conseguir de modo algum” foi registrada na dificuldade para andar (0,6%). A menor prevalência geral foi observada nas limitações cognitivas/mentais, embora ainda representassem 2,3% da população com algum grau de limitação. Esses resultados evidenciaram a predominância das limitações sensoriais visuais e motoras.

A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência foi maior no Rio Grande do Norte (35,9% entre homens e 25,8% entre mulheres) do que no Brasil (22,9% e 20,1%) e semelhante à média do Nordeste (35,9% e 29,6%). Já entre pessoas sem deficiência, os percentuais no RN (12,7% e 7,6%) superaram os do Brasil (5,8% e 4,7%), mas foram inferiores aos do Nordeste (12,6% e 9,0%). Isso indicou que, embora o RN apresente desigualdades persistentes, seu desempenho educacional relativo entre pessoas sem deficiência foi maior do que a média nordestina Em todos os municípios analisados, essa diferença persistiu. Em São Gonçalo do Amarante, por exemplo, o analfabetismo entre homens com deficiência atingiu 28,9%, enquanto entre os sem deficiência foi de 7,3%.

O Censo ainda revela as desigualdades na taxa de analfabetismo entre pessoas com e sem deficiência no Rio Grande do Norte, por cor ou raça. Entre pessoas com deficiência, a taxa total foi de 30,07%, triplicando a observada entre aquelas sem deficiência (10,08%). As maiores disparidades ocorreram entre indígenas (40,31% com deficiência contra 18,65% sem) e pretos (36,93% contra 15,19%).

Sobre a taxa de analfabetismo por grupos de idade, no Rio Grande do Norte, a taxa aumenta com a idade e é maior entre pessoas com deficiência. Entre os idosos (60 anos ou mais), o índice atinge 40,74% entre pessoas com deficiência, frente a 27,77% entre aquelas sem. Já entre os jovens de 15 a 17 anos, a diferença também é acentuada (10,08% contra 1,23%).

Além disso, o Censo demonstrou o perfil de desigualdade educacional no Rio Grande do Norte entre pessoas com e sem deficiência. A taxa de escolarização total da população com 6 anos ou mais foi de 87,49% entre adolescentes de 15 a 17 anos e apenas 6,2% entre adultos com 25 anos ou mais. Quando se observa as pessoas com deficiência, os índices são ainda mais baixos: apenas 4,61% entre os maiores de 25 anos estão escolarizados. Taxa de escolarização é a razão entre o número de estudantes de determinada faixa etária e o total de pessoas dessa mesma faixa etária.


Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte apresentou percentuais de domicílios com pessoas com deficiência superiores à média nacional (21,21% contra 16,84%) e ligeiramente acima da média do Nordeste (20,44%). Esse padrão sugere uma maior prevalência ou identificação de pessoas com deficiência no estado. Entre os municípios potiguares destacados, Parnamirim tem os menores percentuais em todas as categorias, com 14,93% de domicílios com pessoas com deficiência. Em contrapartida, São Gonçalo do Amarante apresenta o maior percentual de domicílios com adultos e crianças com deficiência (0,79%) e também a maior proporção de residências com apenas crianças com deficiência (1,37%), indicando desafios específicos para políticas públicas locais.

 

 

Classificação Indicativa: Livre


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