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Aluguel dispara, calote bate recorde e imóveis de luxo lideram inadimplência no Brasil

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Índice de inadimplência locatícia mostra aumento contínuo, refletindo a instabilidade econômica e o impacto nas famílias e empresas  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik

por BNews Natal

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Publicado em 30/07/2025, às 12h54



A inadimplência de aluguel no Brasil chegou ao maior índice dos últimos 12 meses, marcando 3,59% em junho deste ano, segundo o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica.

Esse foi o terceiro aumento consecutivo, superando os 3,33% de maio e os 3,53% registrados no mesmo período de 2024. O índice é alimentado por dados anonimizados de mais de 900 mil clientes e auxilia imobiliárias em decisões estratégicas.

Os imóveis residenciais com aluguéis até R$ 1.000 foram os que mais chamaram atenção, com uma taxa de inadimplência de 5,79%, a maior desde a criação do indicador.

Já os imóveis comerciais da mesma faixa também atingiram recorde, com inadimplência de 7,48%. O cenário reflete o peso da instabilidade econômica no bolso das famílias e das empresas.

Segundo Manoel Gonçalves, Diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, o aumento é preocupante.

Ele alerta para os efeitos da inflação e dos juros elevados sobre o orçamento familiar e o endividamento nos próximos meses, reforçando a importância do acompanhamento constante dos indicadores financeiros.

Nordeste lidera ranking nacional de inadimplência de aluguel

No recorte regional, o Nordeste assumiu o topo do ranking em junho, com taxa de 4,80%. O Norte, que ocupava a primeira colocação em maio com 4,77%, recuou para 4,09%. O Centro-Oeste apresentou 3,78%, ultrapassando o Sudeste, que marcou 3,38%. A região Sul segue com o menor índice do país, com 3,17%.

Os imóveis residenciais de alto padrão, com aluguel acima de R$ 13 mil, também mantiveram a tendência de alta, atingindo 6,54% de inadimplência em junho.

O comportamento, segundo especialistas, pode ser explicado pela crença de menor risco entre inquilinos com maior poder aquisitivo, o que leva muitas imobiliárias a abrir mão de garantias como o seguro-fiança.

Já os imóveis com aluguéis entre R$ 2 mil e R$ 3 mil foram os menos afetados, tanto no setor residencial quanto comercial, com taxas de inadimplência de 2,17% e 4,17%, respectivamente. Esses números mostram que o impacto da crise é desigual e depende do perfil do imóvel e do locatário.

Casas e apartamentos também apresentam crescimento no atraso dos pagamentos

As casas foram as mais afetadas entre os imóveis residenciais, passando de 3,72% para 3,96% de inadimplência. Os apartamentos subiram de 2,20% para 2,47% no mesmo período. Já os imóveis comerciais registraram elevação de 4,58% para 4,91% em junho.

Para Gonçalves, os dados escancaram dois extremos do mercado: o alto padrão e o aluguel popular.

“Enquanto alguns inquilinos deixam de pagar por confiar em uma aparente estabilidade financeira, outros enfrentam o impacto direto das dificuldades econômicas do país”, afirma o diretor.

Classificação Indicativa: Livre

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