Política
por Giovana Gurgel
Publicado em 30/07/2025, às 15h22
Donald Trump assinou nesta quarta-feira (30) um decreto executivo que oficializa a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada anteriormente pela Casa Branca, foi justificada com base em uma "emergência nacional", segundo o documento divulgado pelo governo dos Estados Unidos.
A decisão tem como base a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, que permite ao presidente americano adotar ações radicais diante de ameaças externas. No texto, Trump aponta que o Brasil representa risco à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.
Além disso, o republicano acusa o governo brasileiro de adotar condutas "incomuns e extraordinárias" que estariam prejudicando empresas americanas e restringindo a liberdade de expressão de cidadãos norte-americanos.
Defesa de Bolsonaro é usada como argumento
Trump também inseriu no decreto a alegação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo alvo de “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” no Brasil. Segundo ele, esse cenário representa uma afronta aos direitos humanos e exige resposta contundente por parte dos Estados Unidos.
A Casa Branca afirma que a medida visa responsabilizar agentes estrangeiros por violações de direitos e proteger empresas americanas de supostos abusos praticados fora do país.
“O presidente Trump tem reafirmado consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, salvaguardar a liberdade de expressão e proteger os interesses econômicos dos Estados Unidos”, diz trecho do documento divulgado.
O que muda
Com a taxação de 50% oficializada por Donald Trump, produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos ficarão significativamente mais caros, perdendo competitividade no mercado americano.
Itens como aço, alumínio, alimentos e outros bens manufaturados tendem a ser os mais afetados, já que representam parte expressiva da pauta de exportações do Brasil para os EUA. Na prática, empresas americanas podem optar por fornecedores de outros países com custos mais baixos.
Essa barreira comercial deve gerar impacto direto na balança comercial brasileira, com redução no volume de exportações para um dos principais parceiros econômicos do país.
O aumento das tarifas pode provocar desaceleração em setores industriais ligados à exportação, resultando em perda de receita, queda na produção e até demissões em cadeias produtivas específicas. Economistas alertam que o Brasil pode enfrentar dificuldades para compensar esse prejuízo em curto prazo.
Além do impacto econômico, a decisão agrava tensões diplomáticas entre os dois países. Ao citar perseguição política contra Jair Bolsonaro como uma das justificativas para o tarifaço, Trump insere um componente ideológico no cenário, o que pode comprometer futuras negociações comerciais e políticas.
O gesto também pressiona o governo brasileiro a se posicionar frente à escalada protecionista dos EUA.
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