Política
Publicado em 19/05/2025, às 23h13 Redação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se irritou com o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, durante o primeiro dia de depoimentos sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O confronto se estabeleceu quando o general afirmou não ter testemunhado qualquer “conluio” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, durante conversas sobre a adoção de medidas que poderiam impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração dada por videoconferência, no entanto, diverge do que foi informado pela Polícia Federal (PF) no inquérito e Moraes não deixou a contradição passar despercebida.
“Ou o senhor falseou a verdade na Polícia Federal ou está falseando a verdade aqui”, disse Moraes, cobrando clareza e exatidão do general.
O ministro também fez questão de lembrar a responsabilidade do depoente e seu preparo para lidar com situações de pressão, especialmente por ter ocupado o mais alto posto do Exército brasileiro.
O militar depoente respondeu: “Talvez ele tenha nos apresentado por questão de consideração por alguns trechos do documento dizer respeito a estado de defesa, GLO. Estava nos dando conhecimento de que iria começar esses estudos. Ele apresentou esses considerados. Todos eles embasados em aspectos jurídicos, baseados na Constituição, por isso não nos causou nenhum espanto”, disse Freire Gomes durante depoimento.
Freire Gomes é uma das 82 testemunhas arroladas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus no processo que apura a organização de uma trama golpista dentro do governo Bolsonaro. As oitivas seguem até o dia 2 de junho e acontecem todas por videoconferência.
Moraes também repreende advogado: “Não vou permitir circo no Meu Tribunal”
Ainda durante o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes (ex-comandante do Exército) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi repreendido pelo ministro Alexandre de Moraes ao insistir em questionar a origem de uma minuta de decreto golpista.
“Não vou permitir que a vossa senhoria faça circo no meu tribunal”, afirmou Moraes, que é relator do processo. O ministro do STF também acusou a defesa de Anderson Torres de tentar “induzir a testemunha.
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