Política

Prates acusa ministros de distorcer projeto de eólicas offshore e alerta para impacto de R$ 64 bilhões na conta de luz

Potencial da energia eólica offshore no Brasil é comparável ao pré-sal, mas jabutis são vistos como chantagem por Prates - Reprodução
Jean Paul Prates critica ministros por inserção de jabutis que aumentam custos da energia eólica em até R$ 64 bilhões anuais  |   BNews Natal - Divulgação Potencial da energia eólica offshore no Brasil é comparável ao pré-sal, mas jabutis são vistos como chantagem por Prates - Reprodução

Publicado em 29/06/2025, às 12h08   Gabi Fernandes



O ex-presidente da Petrobras e autor do projeto que regulamenta a geração de energia eólica em alto-mar, Jean Paul Prates, fez duras críticas aos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil). Segundo ele, os dois manobraram para inserir “jabutis” no texto da proposta durante a tramitação na Câmara dos Deputados, favorecendo lobbies do setor e elevando em até R$ 64 bilhões por ano o custo repassado à conta de luz dos brasileiros.

“Foi um plano deliberado. Eles fingiam estar combatendo os lobbies, mas, na prática, agiam contra o projeto. Isso deformou completamente a proposta original”, afirmou Prates. O texto, aprovado por unanimidade no Senado, previa apenas a regulamentação da titularidade de áreas marítimas, chamadas de “prismas energéticos”,  para geração de energia, incluindo eólica e outras tecnologias offshore.

Segundo Prates, os acréscimos feitos ao projeto na Câmara criaram uma “guerra de lobbies” dentro do setor elétrico, agravando disputas e provocando instabilidade institucional. “Ao invés de buscar soluções técnicas, animaram uma guerra para cada grupo gritar mais alto e vencer”, criticou.

O ex-senador também apontou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, percebeu o impacto fiscal dos jabutis ainda na época em que os dois trabalhavam juntos no governo. Ele teme que a derrubada de vetos pelo Congresso leve o Planalto a acionar o STF, o que pode gerar nova crise institucional.

Para Prates, o potencial da energia eólica offshore no Brasil, especialmente na Margem Equatorial (região entre o Rio Grande do Norte e o Maranhão), é comparável ao início da exploração do pré-sal. “O custo operacional naquela área pode ser até um terço menor. Mas isso só será confirmado com projetos iniciando agora, já que levam até oito anos para se desenvolver”, explicou.

Apesar de reconhecer que os benefícios futuros da indústria offshore podem ser maiores do que os custos estimados, ele reforça: “Isso não justifica os jabutis. É uma chantagem travestida de necessidade”.

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