Política

Governo Lula condena ataque dos EUA ao Irã e fala em "violação da soberania"

Governo Lula expressa preocupação com ataques a instalações nucleares e reafirma compromisso com a paz no Oriente Médio. - Reprodução/Shutterstock
Nota do Itamaraty destaca a violação do direito internacional e condena ações militares de Israel e EUA contra o Irã  |   BNews Natal - Divulgação Governo Lula expressa preocupação com ataques a instalações nucleares e reafirma compromisso com a paz no Oriente Médio. - Reprodução/Shutterstock

Publicado em 22/06/2025, às 16h07   Aryela Souza



O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou oficialmente, em nota divulgada pelo Itamaraty neste domingo (22), os ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas.

A diplomacia brasileira classificou a ação militar como uma "violação da soberania do Irã e do direito internacional" e expressou "grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio".

A Posição da Diplomacia Brasileira

O comunicado do Ministério das Relações Exteriores condena "com veemência [...] ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares".

O Itamaraty também repudiou "ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas" e reforçou a defesa de uma solução diplomática para o conflito.

A nota reitera a posição histórica do Brasil em favor do "uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos" e a rejeição a "qualquer forma de proliferação nuclear", especialmente em regiões instáveis como o Oriente Médio.

As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear."

O Contexto das Relações e dos Brics

A condenação brasileira ocorre em um momento de estabilidade nas relações bilaterais com o Irã, após um período de tensão durante o governo de Jair Bolsonaro.

Autoridades de Brasil e Irã se reuniram diversas vezes em 2025 para os eventos preparatórios da Cúpula dos Brics, que acontece em julho, no Rio de Janeiro.

O Irã passou a integrar o bloco em 2024. Na época, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou que os Brics são "uma saída para o totalitarismo dos EUA".

A posição do Brasil se equilibra com a importância da relação comercial com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro do país, com um fluxo que ultrapassou US$ 80 bilhões em 2024.

O Ataque que Gerou a Crise

A crise foi deflagrada na noite de sábado (21), quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um "ataque muito bem-sucedido" contra as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan.

Em seu pronunciamento, Trump deu um ultimato ao Irã, a quem chamou de "bully do Oriente Médio", para que o país "faça a paz" a fim de evitar uma "tragédia maior".

A ação americana foi uma resposta à escalada iniciada em 12 de junho, quando Israel lançou “ataques preventivos” contra o programa nuclear iraniano, após o desgaste nas negociações para a retomada de um acordo nuclear.

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