Política
Publicado em 02/07/2025, às 13h14 BNews Natal
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou nesta terça-feira que o Plano Safra 2025/2026 anunciado pelo governo Lula é “mais uma peça de marketing do que uma política efetiva”. O parlamentar acusou o Executivo de mascarar os números do pacote de crédito e impor custos sem precedentes ao setor produtivo.
Segundo Lupion, o valor total de R$ 516,2 bilhões divulgado pelo governo não corresponde ao que de fato será controlado pelo Tesouro Nacional. De acordo com ele, apenas 22% dos recursos são efetivamente geridos pelo governo federal. O restante depende do sistema bancário, a juros de mercado que, em muitos casos, superam 2% ao mês.
“O governo anuncia um plano de 516 bilhões de reais, mas só tem controle real sobre 22% disso. Não se pode vender isso como apoio estatal ao agro”, criticou o deputado.
Queda no investimento e subvenção menor
Para Lupion, a proposta apresentada pelo Executivo representa retrocessos em pontos sensíveis ao agronegócio. Ele destacou que os recursos destinados ao investimento na agricultura empresarial caíram 5,4% e ficaram em R$ 101,5 bilhões. Já os recursos destinados à agricultura familiar tiveram incremento de apenas 1,5%.
O parlamentar também apontou que a subvenção prevista para equalizar as taxas de juros foi reduzida em 17,5% e totalizou R$ 13,5 bilhões. Na avaliação dele, essa redução pode comprometer a competitividade da produção agrícola em um cenário de custos elevados.
“É muito mais propaganda do que realidade. Estamos falando de crédito a juros altos, sem segurança e com menos subvenção para equalização”, disse Lupion.
Críticas à transparência e alerta ao setor
O líder ruralista afirmou que o pacote anunciado carece de clareza e expõe o produtor a riscos financeiros. Ele também contestou o discurso oficial de que o Plano Safra fortalece a produção agrícola. Para Lupion, o governo Lula prioriza “vender uma imagem” em vez de criar políticas consistentes para estimular o agro.
O deputado defendeu que o Congresso Nacional acompanhe a execução dos recursos e cobre mais transparência na origem e na destinação dos valores anunciados. “Não podemos enganar o produtor rural dizendo que ele vai ter crédito barato, quando na verdade vai pagar juros que encarecem a produção”, concluiu.
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