Política
Publicado em 18/07/2025, às 15h07 BNews Natal
O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticou a tentativa do governo federal de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), proposta que foi apresentada como forma de promover justiça fiscal.
Em entrevista recente, Campos Neto foi enfático: “O IOF não é um imposto para ricos, como tem sido divulgado. Essa narrativa não resiste a uma conta simples do aumento no custo de uma operação de crédito pequena”.
Segundo ele, o imposto atinge diretamente operações comuns para trabalhadores e pequenos empresários, como empréstimos e financiamentos. O aumento, portanto, encarece o crédito e pode dificultar o acesso de quem mais precisa. “Vai encarecer o crédito e atingir os mais pobres”, alertou.
Proposta enfrentou resistência no Congresso e foi suspensa pelo STF
O aumento do IOF foi anunciado pelo governo Lula com a previsão de arrecadar até R$ 20 bilhões em 2026. No entanto, a proposta enfrentou forte oposição no Congresso, que derrubou o decreto em 25 de junho. Dias depois, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu o aumento e marcou uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo para o dia 15 de julho.
Campos Neto, que deixou o comando do BC em 2024 e hoje atua no setor privado, reforçou os riscos de medidas que elevam tributos sem planejamento. “Quando você eleva tributos dessa forma, desestimula a produção, prejudica o ambiente de negócios e afeta principalmente os mais vulneráveis da sociedade”, afirmou.
Tributação e instabilidade fiscal acendem alerta no mercado
A discussão em torno do IOF ocorre em meio a uma série de embates entre o Planalto e o Congresso sobre o rumo da política econômica. Para Campos Neto, medidas mal calibradas, como o aumento do IOF, passam um sinal negativo para o mercado e comprometem a confiança de investidores.
Economistas e analistas também alertam que mudanças abruptas na carga tributária podem agravar a instabilidade fiscal e frear a recuperação da economia.
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