Política
Publicado em 30/05/2025, às 09h19 Dani Oliveira
A desaprovação de Lula atingiu o maior nível já alcançado desde jan/24. O número atual interrompe a queda iniciada em abr/25, após 9 meses de crescimento constante. A aprovação ficou estável, oscilando para 45,5%.
A desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 53,7% da população e registra o pior momento da gestão petista desde janeiro de 2024, segundo pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (30). A imagem negativa de Lula foi reforçada, teve um crescimento de sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de abril, e passou para 54% dos candidatos.
A piora na percepção sobre o governo e sobre o presidente foi registrado depois da divulgação de um amplo esquema de fraudes e desvio de recursos de aposentadorias e pensões do INSS . A corrupção passou a ser percebida como o principal problema no Brasil, superando a criminalidade, e foi de 47% das transações em abril para quase 60% em maio.
Entre abril e maio, houve um aumento da desaprovação do presidente Lula, de 50,1% para 53,7%. A aprovação passou de 46,1% para 45,4% nesse período.
Há pouco mais de um ano, em abril, a aprovação de Lula (50,3%) foi maior do que a desaprovação (43,4). No entanto, desde novembro houve uma inversão nesse cenário e o percentual da população que desaprova o governo passou a ser maior do que aqueles que aprovam. O cenário mais preocupante para o governo até então havia sido registrado em março, com desaprovação de 53,6% e aprovação de 44,9%.
Os percentuais mais altos de desaprovação são registrados entre os evangélicos (72%), que estudaram até o ensino médio (63,8%), com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (60,9%) e com idade entre 35 e 44 anos (69,8%).
Avaliação do governo
O governo Lula é avaliado por 52,1% como ruim ou péssimo, um aumento em relação a abril, quando a percepção era de 47,7%.
Aqueles que compartilham a gestão regular são 6% (eram 9,6% no mês passado) e os que avaliam como ótimo ou bom são 41,9% (eram 40,2%).
Desde dezembro a avaliação negativa, de ruim ou péssima, é maior do que positiva.
A pesquisa foi feita entre 19 e 23 de maio com 4.399 pessoas pelo método “recrutamento digital aleatório”, pela internet. O levantamento tem margem de erro de um ponto percentual, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%. A pesquisa consta no relatório “Latam Pulse”, em iniciativa conjunta entre AtlasIntel e Bloomberg, que fornece dados mensais sobre a situação política, social e econômica do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru.
Problemas principais
Os entrevistados foram questionados sobre os principais problemas do país. O mais denunciado foi corrupção, por 59,5% (eram 47% em abril), seguido por criminalidade e tráfico de drogas, com 50,2% das negociações (eram 55%). Economia e inflação foram indicadas por 29,4% (eram 31% no mês passado). As pessoas que responderam ao questionário puderam citar até três problemas.
Desafios dos próximos seis meses
Questionados sobre quais os desafios e riscos que o país poderá enfrentar nos próximos seis meses, a maior citação foi “revelações sobre grandes fraudes ou esquemas de corrupção”, com 57% afirmando que será “muito provável”. Na sequência, aparece o “aumento de ataques ou assassinatos relacionados a facções criminosas”, com 52% dos entrevistados afirmando que será “muito provável”. Para 45%, também será “muito provável” o aumento de furtos e assaltos.
Expectativas econômicas
As pessoas que responderam à pesquisa se dividiram em relação à perspectiva econômica do país: 45% acham que vai melhorar, 44% avaliam que vai piorar e 11% disseram que vai ficar igual. Em relação ao emprego, a situação é semelhante, com a avaliação de 42% de que vai melhorar, para 41% vai piorar e 17% consideram que vai ficar igual.
Principais erros do governo
Entre os principais erros do governo, o mais relatado foi o imposto sobre compras de até US$ 50 em sites do exterior, que ficou conhecido como a “taxa das blusinhas”, considerada por 64% das pessoas que responderam. Para 51%, o maior erro foi a tentativa de fiscalização das transações via Pix somando mais de R$ 5 mil no mês.
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