Política
Publicado em 01/07/2025, às 14h51 BNews Natal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados intensificaram o discurso de justiça social após o Congresso Nacional derrubar um decreto presidencial que alterava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida representa uma das maiores derrotas do Executivo no atual mandato.
O governo ainda avalia se recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter os efeitos do projeto de decreto legislativo (PDL) aprovado pelos parlamentares. Enquanto isso, integrantes da Esplanada tentam conter o desgaste e rebater críticas que acusam a gestão de aumentar tributos.
Segundo o Executivo, a elevação nas alíquotas do IOF tinha como foco a população de maior renda e fazia parte de uma política de equilíbrio fiscal com justiça tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou essa posição em discurso nesta segunda-feira (30), durante evento no Palácio do Planalto.
Governo defende justiça social e rebate oposição
Durante o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar, Haddad respondeu a críticas feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que havia acusado o governo de dificultar o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). O ministro declarou que a gestão atual seguirá comprometida com a justiça social.
“Nós vamos continuar fazendo justiça social, pode gritar, pode falar. Vai chegar o momento de debater. Mas temos de fazer justiça no Brasil”, afirmou Haddad. Para ele, a missão do governo é garantir equidade para todos os brasileiros, tanto nas cidades quanto no campo.
O discurso foi interpretado como uma tentativa de reagrupar a base e reposicionar o governo no debate público após o revés no Congresso. Internamente, a equipe econômica defende que a mudança no IOF era necessária para promover ajustes fiscais sem prejudicar os mais pobres.
Tensão política e acusações de traição
A decisão da Câmara de derrubar o decreto irritou o Palácio do Planalto, que acusou o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), de falta de diálogo. Motta, por sua vez, negou ter agido de forma desleal e disse que alertou o Executivo sobre a resistência à medida entre os parlamentares.
“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”, afirmou o deputado em vídeo publicado nas redes sociais.
O posicionamento de Lula e Haddad foi endossado por parlamentares do PT e aliados da base, que acusaram Motta de agir em benefício de setores mais ricos. Nas redes sociais, integrantes do governo interpretaram a votação como um movimento político que comprometeu o projeto de justiça tributária da atual gestão.
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