Política
Publicado em 01/07/2025, às 14h23 BNews Natal
O advogado Paulo Amador Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) qualquer tentativa de obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Ele também afirmou que não buscou assumir a defesa do militar.
Bueno prestará depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira sobre o episódio. Antes da oitiva, ele enviou uma petição ao STF dizendo estar à disposição para comparecer, embora tenha solicitado dispensa do comparecimento pessoal.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bueno e Fabio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, fossem ouvidos pela PF. A decisão ocorreu após familiares de Cid relatarem que ambos teriam feito abordagens.
Depoimento e encontro em São Paulo
De acordo com um depoimento por escrito enviado ao STF, Agnes Barbosa Cid, mãe de Mauro Cid, contou que foi procurada por Kuntz e Bueno durante uma competição de hipismo em São Paulo. No evento, a neta dela, filha do tenente-coronel, participava das disputas.
Agnes afirmou que ficou tensa com a situação, já que não entendia o motivo da conversa. Ela relatou que, embora os advogados não tenham perguntado sobre a delação, se ofereceram para defender seu filho.
Em resposta, Bueno reconheceu que o encontro aconteceu em agosto de 2023, mas declarou que foi “casual e breve”. Ele afirmou que Agnes o procurou apenas para agradecer por ter auxiliado na inscrição da neta na competição de hipismo.
Advogado diz que não tratou da delação
Segundo Bueno, a conversa se limitou a cumprimentos protocolares e elogios ao desempenho da jovem na disputa. “O encontro foi bastante breve, amistoso e absolutamente protocolar, dividindo o agradecimento da Sra. Agnes com os cumprimentos do peticionário pela importante conquista da jovem amazona”, escreveu o advogado na petição.
Ele acrescentou que não houve qualquer menção à delação de Mauro Cid, destacando que o acordo de colaboração ainda seria homologado no mês seguinte. Também reiterou que não tentou assumir a defesa do militar, por considerar tal iniciativa “imoral e antiética”.
O caso faz parte de um inquérito que investiga suposta tentativa de interferência na delação. Também são investigados o advogado Eduardo Kuntz e o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara.
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