Política

Crise com os EUA: ministros do STF avaliam que governo agiu com atraso e permitiu escalada da tensão

A cobrança por um posicionamento mais firme começou em maio de 2025 - Dorivan Marinho/STF
Nos bastidores do STF, observa-se que a gravidade das ameaças contra o Judiciário brasileiro justificava uma manifestação pública mais incisiva  |   BNews Natal - Divulgação A cobrança por um posicionamento mais firme começou em maio de 2025 - Dorivan Marinho/STF

Publicado em 10/07/2025, às 13h27   BNews Natal



Nos bastidores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o governo brasileiro reagiu de maneira atrasada após as ameaças e as críticas públicas vindas dos Estados Unidos, o que ajudou a agravar a crise diplomática.

A avaliação foi informada após Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, anunciar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto deste ano.

Cobrança firme

A cobrança por um posicionamento mais firme começou em maio de 2025, quando o senador e secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, admitiu de maneira pública a possibilidade de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações que apuram tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Mesmo após a declaração de Rubio, o Palácio do Itamaraty escolheu adotar uma postura de cautela, o que, de acordo com um magistrado ouvido pela CNN Brasil, “cobrou literalmente seu preço”.

Bastidores do STF

Nos bastidores do STF, observa-se que a gravidade das ameaças contra o Judiciário brasileiro justificava uma manifestação pública mais incisiva do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já naquele momento.

Todo o aumento da tensão, que teve como ápice o anúncio das tarifas por Trump e a divulgação de uma carta com críticas diretas ao Judiciário brasileiro, é vista como consequência da ausência de uma resposta institucional mais rápida.

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Mesmo após o anúncio das tarifas, auxiliares do chanceler seguem defendendo a manutenção da prudência e afirmam que ainda há espaço para diálogo. O objetivo do Itamaraty, de acordo com fontes do governo, é buscar uma solução negociada antes do início da vigência da medida.

Reação do governo brasileiro

Na última quarta-feira (9), após o anúncio de Trump, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, conversou por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os dois concordaram que a resposta caberia ao Executivo e que o Judiciário, mesmo recebendo críticas de Trump, não se manifestaria institucionalmente sobre o episódio.

Mais tarde, Lula divulgou nota oficial reafirmando a soberania do Brasil e a independência das instituições nacionais. O presidente também afirmou que qualquer aumento unilateral de tarifas comerciais será tratado com base na lei da reciprocidade. 

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