Política
Em um áudio enviado em 14 de janeiro de 2023, o juiz Airton Vieira, que atuou no gabinete de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal entre 2018 e março de 2025, relatou ter chegado ao limite físico, psicológico e emocional.
A conversa, revelada pela coluna de Paulo Cappelli, foi direcionada a Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, na época presidido por Moraes.
O magistrado afirmou que sua família foi “extremamente prejudicada” durante o período em que esteve no STF e descreveu dificuldades para dormir e manter a tranquilidade.
“Eu não consigo dormir sossegado, eu estou perdendo completamente a higidez mental, o pouco que eu ainda tinha, viu? Realmente a coisa está feia”, desabafou.
Além do desgaste pessoal, Vieira mencionou interferências até em questões de audiência de custódia, dizendo que já havia ultrapassado o limite de tolerância há tempos. Ele revelou que cogitou antecipar o retorno ao cargo de desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas que a decisão foi adiada.
Mesmo enfrentando problemas familiares por conta da pressão, o juiz afirmou ter optado por permanecer no gabinete para não deixar Moraes “na mão”. Na avaliação de Vieira, antecipar a saída poderia gerar a impressão de que estava “pulando do barco” em um momento crítico.
O magistrado disse ter acreditado que a tensão diminuiria, mas relatou que o clima voltou a piorar “de forma exponencial”. Essa mudança o deixou constrangido para tomar qualquer decisão imediata sobre sua saída.
“Passaria a impressão de que eu estaria saindo justamente no momento, talvez, de maior tempestade. Isso eu acho desagradável e eu não faria”, afirmou, ressaltando que a situação estava “muito, muito, muito difícil”.
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— BNews Natal (@BnewsNatal) August 12, 2025
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