Polícia

[VÍDEO] Confundida com mulher trans, personal trainer sofre ataque dentro de academia

Foto: Reprodução.
A personal trainer Kely Moraes foi confundida com uma mulher transexual e agredida verbalmente por alunos na academia Selfit, em Boa Viagem  |   BNews Natal - Divulgação Foto: Reprodução.

Publicado em 27/05/2025, às 12h34   Redação



Uma personal trainer foi agredida verbalmente dentro da academia em que estava dando aula, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O motivo? Ela foi confundida com uma mulher transexual, o que teria causado revolta em um casal de alunos. 

Kely Moraes , que é uma mulher cisgênero, contou que tinha acabado de sair do banheiro feminino quando foi abordada por uma aluna do estabelecimento, que a xingou. Em seguida, um homem se juntou à agressora e até bloqueou a entrada do local para impedir que a vítima entrasse.

O caso aconteceu numa unidade da Selfit, na manhã desta segunda-feira (26). Kely disse que caiu da moto no caminho e foi ao banheiro se limpar, já que estava com o pé sangrando. Na saída, encontrou a agressora, que estava entrando no local.

“Ela disse que eu não podia ir no banheiro, e eu perguntei por quê. Ela disse ‘não é lugar para você’ e eu perguntei, novamente, por quê. Ela disse que o banheiro de homem era lá embaixo. Disse ‘você é trans, mas é um homem’. Eu me alterei um pouco e minha aluna, que está grávida, chegou, pegou a conversa no meio do caminho e ficou muito nervosa”, contou.

A personal trainer filmou parte da confusão. No vídeo, é possível ouvir a aluna dizendo para a vítima mostrar a identidade ao agressor, que aparece vestindo uma regata preta, com uma garrafa rosa na mão. Um professor da academia tenta acalmar os dois.

O homem fala que, no andar de baixo, tem um banheiro para Kely, que pergunta “porque eu sou o quê?”. “É inclusa, é inclusiva, lá embaixo”, diz o agressor. A personal trainer diz que vai entrar no banheiro de todo jeito, e o homem nega, se colocando na frente. Em seguida, a mulher que iniciou a confusão aparece na frente do banheiro.

Depois que os dois agressores saíram da academia, Kely contou que foi acolhida pela academia, e foi, junto com a aluna, à Delegacia de Boa Viagem. Lá, as duas registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil.

“Ela falava com tanta certeza o que eu era que eu quase mostrei minha identidade para provar que eu era mulher. Depois, entendi que eu não tinha que provar nada para ninguém. O olhar, as palavras ofensivas, diminuem você a nada. Se eu fosse [trans], o que tem a ver? Por que isso ofende tanto? Eu estava só trabalhando, só queria ir no banheiro”, afirmou.

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado pela Delegacia de Boa Viagem como uma ocorrência de constrangimento ilegal, vias de fato e ameaça. A corporação disse que um inquérito foi instaurado e que as investigações seguem “até a completa elucidação” dos fatos.

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