Polícia
Publicado em 26/06/2025, às 08h02 Redação
A Polícia Civil apreendeu 24 carros - entre eles alguns de luxo -, mais de R$ 200 mil em dinheiro vivo, duas lanchas, motociletas e um motorhome na operação deflagrada nesta quarta-feira (25) que investiga empresários, contadores e influenciadores digitais por uma fraude milionária em um esquema de compra e venda de veículos no Rio Grande do Norte.
A operação "Amicis" cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em Natal e outras seis cidades do estado e bloqueou mais de R$ 150 milhões dos investigados.
A polícia confirmou oficialmente o número de 24 na tarde dessa quarta (25).
De acordo com a Polícia Civil, os investigados são suspeitos de fraude bancária, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e adulteração de veículos no estado. Os nomes deles não foram divulgados pela Polícia Civil.
Veja abaixo fotos do motorhome e da lancha apreendidos:
Segundo a Polícia Civil, o esquema criminoso utilizava nomes de "laranjas", com ou sem consentimento, para abrir empresas de fachada e adquirir carros de luxo por meio de financiamentos.
Após receberem os veículos, os criminosos interrompiam os pagamentos das parcelas, adulteravam os automóveis e os revendiam ou refinanciavam como se fossem outros carros. Em alguns casos, os veículos sequer existiam, sendo criados apenas com dados falsos.
De acordo com a Polícia Civil, o esquema contava com o uso de influenciadores digitais para ocultar patrimônio e lavava o dinheiro por meio de transações simuladas entre as próprias empresas do grupo criminoso.
Ao longo de 10 anos, mais de 70 pessoas foram usadas como laranjas na fraude, informou a polícia.
Os mandados judiciais foram cumpridos em condomínios, empresas, escritórios de contabilidade, estabelecimentos comerciais e até um clube de futebol, cujo um dos diretores é investigado.
Um dos mandados foi cumprido em uma loja de suplementos que fica localizada em uma academia no bairro Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal. A academia informou que mandados foram contra um lojista e um personal trainer externo, ou seja, sem vínculo direto com o estabelecimento.
A justiça ainda autorizou a imposição de 204 medidas cautelares incluindo a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica por cinco investigados.
A medida de monitoramento eletrônico, segundo a delegada Jaqueline Alemida, é "para permitir que a pessoa fique rastreável, localizável e facilmente chamada ao processo caso, ela tenha que responder alguma coisa ao juízo".
Ela explicou que a medida é temporári, com prazo determinado. "Pessoas que têm poder aquisitivo alto, facilmente pode se deslocar de uma cidade para outra, para outro país, então é interessante que elas sejam monitoradas para evitar até a fuga da da da justiça", disse.
A ação contou com o apoio de quase 200 policiais civis, além de integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do RN, da Polícia Militar, entre outros órgãos.
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