O Rio Grande do Norte enfrenta um cenário preocupante na área da segurança pública: 4.881 criminosos estão atualmente foragidos no estado, segundo dados do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Juntos, eles acumulam 6.451 mandados de prisão ainda não cumpridos — o que significa que parte desses procurados responde a mais de uma ordem judicial.
O número de foragidos equivale a 65% da população carcerária em regime fechado do RN, hoje formada por 7.420 presos, de acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
A situação levou o Ministério Público Estadual (MPRN) a abrir um processo administrativo para cobrar da Polícia Civil uma correição na Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (Decap), responsável por localizar e prender os procurados.
Entre os crimes que mais geram mandados de prisão no estado estão:
•Roubo: 1.709 mandados
•Tráfico de drogas: 861 mandados
•Homicídio: 553 mandados
•Furto: 532 mandados
•Posse, porte, disparo e comércio de arma de fogo: 439 mandados
O que diz a Polícia Civil do RN
Em nota, a Polícia Civil do RN afirmou que está empenhada em otimizar o cumprimento das ordens de prisão, especialmente na Decap, e que a inspeção da Corregedoria já resultou na elaboração de um Procedimento Operacional Padrão (POP). O documento busca padronizar fluxos internos, intensificar o monitoramento e acelerar o trâmite dos mandados expedidos pelo Poder Judiciário.
A pressão sobre o sistema de segurança cresce diante de um quadro no qual parte expressiva dos criminosos circula livremente, mesmo com condenações ou acusações graves. Para especialistas, a eficiência no cumprimento dos mandados é peça-chave para reduzir a criminalidade e a sensação de impunidade no estado.