Polícia
Publicado em 15/07/2025, às 13h50 BNews Natal
Levantamento divulgado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) revela que apenas 5,78% da população carcerária do Rio Grande do Norte exerce algum trabalho dentro ou fora do sistema prisional. O índice é o segundo pior do Brasil, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (2,95%) e muito distante da média nacional, que bateu recorde histórico de 25,4%.
Em números absolutos, dos 7.420 presos em regime fechado no estado, somente 429 desempenham atividades laborais. A maior parte trabalha dentro das próprias unidades prisionais (394 pessoas) e apenas 35 têm ocupação fora delas. Entre os que exercem funções, 214 também estudam. Do total, 72,96% são homens e 27,04% mulheres.
Nordeste tem campeões de trabalho prisional e RN segue isolado
A situação potiguar contrasta com a de estados vizinhos. O Maranhão lidera o ranking nacional, com 79,84% dos presos trabalhando. Sergipe (53,83%) e Ceará (52,78%) já superaram a meta do Ministério da Justiça, que prevê que metade dos detentos esteja ocupada até 2027.
Outros estados nordestinos também têm índices superiores: Alagoas (30,71%), Bahia (20,53%), Piauí (16,50%), Paraíba (12,63%) e Pernambuco (12,98%). Mesmo assim, o Rio Grande do Norte permanece na lanterna.
Seap promete melhorar, mas aponta dificuldades históricas
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) afirma que está tentando ampliar a inclusão dos internos no trabalho. Entre as ações citadas, está a criação da Comissão Técnica de Classificação (CTC), que avalia a periculosidade e a aptidão ao trabalho de cada preso.
Segundo a pasta, essas medidas já resultaram em mais de 450 internos trabalhando e outros 1.325 em qualificação profissional em parceria com Senai e Ministério Público do Trabalho. Entretanto, a secretaria reconhece entraves como baixa escolaridade, estigma social, falta de infraestrutura e adesão limitada à Política Nacional de Trabalho no Sistema Prisional.
Atualmente, o estado tem 12.680 pessoas cumprindo pena, das quais 7.437 estão em regime fechado e outras 5.243 em prisão domiciliar. A meta do governo federal é que o trabalho seja ampliado nos próximos anos, mas o Rio Grande do Norte ainda enfrenta um cenário crítico de inatividade.
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