Polícia

Justiça começa a ouvir presos acusados pelas 27 mortes no "Massacre de Alcaçuz"

PM/RN
O Massacre de Alcaçuz, como ficou conhecido o episódio, aconteceu em janeiro de 2017. Ao todo, 27 presos foram brutalmente assassinados  |   BNews Natal - Divulgação PM/RN
Anderson Barbosa

por Anderson Barbosa

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Publicado em 19/08/2025, às 09h09



A Justiça começa a colher na manhã desta terça-feira (19) o interrogatório dos presos acusados pela maior matança já ocorrida dentro do sistema carcerário potiguar. O Massacre de Alcaçuz, como ficou conhecido o episódio, aconteceu em janeiro de 2017. Ao todo, 27 presos foram brutalmente assassinados durante um confronto envolvendo faccionados do Sindicato do Crime do RN e o Primeiro Comando da Capital, o PCC.

O processo que julga o Massacre de Alcaçuz está sob responsabilidade da Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Natal (Ujudocrim), órgão vinculado ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN).  

Segundo o TJRN, 14 réus devem ser ouvidos até o final desta semana, juntamente com mais uma testemunha de defesa. Ao todo, são 15 acusado, sendo que um deles está foragido. Como o processo está em segredo de Justiça, os nomes dos detentos não foram revelados. 

Das 36 testemunhas inicialmente indicadas no processo, sete testemunhas de acusação foram ouvidas e 28 dispensadas, restando ouvir apanas uma testemunha de defesa.

Coronel ouvido

Uma das sete testemunhas já ouvidas foi o deputado estadual Coronel Azevedo, que à época do ocorrido comandava a Polícia Militar. Por orientação jurídica, a assessoria do deputado disse que ele não dará entrevistas em razão do sigilo judicial do processo.

Próximos passos

O próximo passo, após a última testemunha ser ouvida, será abrir prazo para apresentação das alegações finais da acusação e da defesa. Em seguida, o processo seguirá para a fase da pronúncia/impronúncia. Em caso de pronúncia, o processo será remetido para júri popular.

O Massacre de Alcaçuz

O Massacre de Alcaçuz aconteceu em janeiro de 2017, quando presos do pavilhão 5, onde estavam membros da facção criminosa "Primeiro Comando da Capital" (PCC) invadiram o pavilhão 4, unidade ocupada por membros da facção rival "Sindicato do Crime do RN". Ao todo, 27 presos foram assassinados. Destes, 24 foram esquartejados e dois tiveram os corpos carbonizados. O corpo da 27ª vítima até hoje não foi localizado.

Durante duas semanas, o presídio ficou sob domínio dos detentos, com cenas de extrema violência e a destruição de parte da estrutura física da unidade. O episódio gerou forte repercussão nacional e internacional, evidenciando a crise no sistema prisional potiguar e a falência na gestão da segurança pública à época.

A resposta do estado e do governo federal incluiu o envio de tropas da Força Nacional e mudanças na administração da penitenciária.

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