Polícia
por Gabi Fernandes
Publicado em 09/08/2025, às 13h21
A divulgação de imagens exclusivas da operação policial que resultou na morte do criminoso Marcelo Pica-Pau para o programa Fantástico, da Rede Globo, provocou reação entre profissionais e veículos da imprensa do Rio Grande do Norte que trabalham na cobertura diária da editoria de polícia.
As imagens, registradas pelos próprios agentes de segurança, não foram disponibilizadas para os jornalistas locais que acompanharam de perto toda operação. Os veículos do RN que fizeram a cobertura mostrando em tempo real a ação, não receberam o material entregue de forma privilegiada à Rede Globo. O que está gerando reações e críticas à comunicação do Governo do Estado.
De acordo com informações que já foram divulgadas - no momento do comercial da emissora nacional, A Globo recebeu imagens exclusivas do terror que tomou conta da cidade de Extremoz. No teaser o repórter destaca que foram mais de três mil tiros, seis policiais ficaram feridos e três suspeitos foram mortos, enquanto a apresentadora Poliana Abritta chama para a reportagem que será exibida neste domingo (10).
Reação - O jornalista Hudson Silvestre, do Via Certa Natal, gravou um vídeo pedindo respeito à imprensa potiguar. Ele publicou nas redes sociais o que destacou como revoltande. Hudson afirma que foi um dos primeiros a chegar ao local no dia da operação logo nas primeiras horas.
Depois outros jornalistas acompanharam a operação em tempo real, enfrentando condições adversas, incluindo noites em claro e momentos de tiroteio, na tentativa de garantir informações precisas e atualizadas para a população potiguar. No entanto, a polícia não repassou à imprensa local o conteúdo que entregou à TV Globo. Pelo contrtário! Segundo ele, o Governo dificulta informações e acessos aos jornalistas locaios e facilita e até "abre as pernas" para a imprensa nacional.
Hudson também lembra que esse tipo de favorecimento tem ocorrido com frenquência e cita os casos da agressão da Juliana no elevador e da fuga do presídio federal em Mossoró. Em todas as operações, os jornalistas locais tiveram o trabalho dificultado, enquanto a mídia nacional teve todo acesso e conteúdos exclusivos, entrevistas e material entregue pelo próprio Governo. Ele pede que a imprensa local se una para exigir respeito.
O perfil Sem Amordaça RN também se manifestou nas redes sociais, classificando a a entrega e produção de conteúdo direcionado para a rede Globo como um "desrespeito" e "afronta" à imprensa local. Os profissionais cobram explicações sobre os critérios adotados para a distribuição do material, questionando a falta de clareza no tratamento da imprensa.
Uso de viaturas para reportagem?
O Via Certa flagrou a equipe do fantástico no bairro Portal do Sol, em Extremoz, local onde Pica Pau foi morto. O mesmo acesso foi negado à imprensa local, na última quarta-feira (06), 15 dias depois da operação, para gravação da reportagem que vai ao ar no próximo domingo.
A presença da equipe carioca da emissora chamou atenção não apenas pela movimentação incomum, mas também pelo aparato policial que a acompanhava. Viaturas da polícia civil estavam no local dando apio à produção da reportagem.
A imprensa local pergunta: "quem está arcando com os custos da utilização de viaturas e servidores públicos em uma produção jornalística voltada para uma emissora privada?"
Sobre a prisão
Após quase 22 horas de cerco, com intensa troca de tiros com a polícia, mantendo reféns, chegou ao fim a operação policial que assustou moradores de Extremoz, região metropolitana de Natal. O criminoso Marcelo Pica-Pau morreu no dia 27/07.
A operação para prender um dos homens mais procurados pela polícia começou às 11 horas do sábado 26, mas Pica-Pau resistiu à prisão, trocou tiros com os policiais e refugiou-se dentro de uma residência com reféns, fortemente armado, inclusive com fuzil.
Leia também: Criminoso mais procurado do RN é preso em mesmo local de cerco contra Marcelo “Pica-Pau”
Quem era Pica-Pau
Marcelo Jhonny Viana Bastos era um dos criminosos mais procurados do RN, responsável por diversos assaltos a bancos e instituições financeiras no Estado.
Além disso, o bandido é apontado por envolvimento na morte do vigilante Janielson Carvalho Correia, em agosto do ano passado (2024), durante um assalto a um carro-forte no estacionamento de um supermercado no bairro Capim Macio, zona Sul de Natal.
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