Polícia

Hytalo Santos é preso por suspeita de tráfico humano e exploração sexual infantil

A prisão de Hytalo Santos e Israel Nata Vicente ressalta a necessidade de ações rigorosas contra crimes que afetam a infância no Brasil. - Divulgação
A operação, coordenada por órgãos de segurança, visa combater o tráfico humano e a exploração sexual de crianças e adolescentes na Paraíba  |   BNews Natal - Divulgação A prisão de Hytalo Santos e Israel Nata Vicente ressalta a necessidade de ações rigorosas contra crimes que afetam a infância no Brasil. - Divulgação
Dani Oliveira

por Dani Oliveira

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Publicado em 15/08/2025, às 09h48



Uma ação coordenada por órgãos de segurança estaduais e federais resultou, nesta sexta (15), na prisão do influenciador digital Hytalo Santos, que estava no interior de São Paulo, e de Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, marido do influenciador. A investigação, que apura tráfico humano e exploração sexual infantil, é conduzida pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux e recebeu apoio de equipes especializadas de diferentes estados.

Participam da operação o Ministério Público da Paraíba (MPPB) — por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) —, o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil da Paraíba (UNINTEPOL e Delegacia de Crimes Cibernéticos), o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Civil de São Paulo (DEIC) e a Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o MPPB, as apurações têm foco no ambiente digital e são realizadas com rigor técnico, visando a máxima proteção das vítimas, em sua maioria crianças e adolescentes. O órgão reforça que o vazamento de informações sigilosas e a adoção de medidas fora do protocolo oficial podem comprometer o andamento das investigações e expor as vítimas.

O caso também chama atenção para o tráfico humano interno, praticado dentro do território nacional. Segundo os investigadores, pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica eram aliciadas e exploradas sexualmente, além de submetidas a condições análogas à escravidão ou outras formas de servidão.

Entenda tudo do vídeo sobre “adultização” em que o youtuber Felca denuncia casos de exploração de menores

Um vídeo que rapidamente se tornou viral, abordando o fenômeno da “adultização” e denunciando a suposta exploração de menores na produção de conteúdo digital foi publicado, na última quarta-feira (6), pelo youtuber e humorista Felca, que soma mais de 4 milhões de inscritos na plataforma.

O principal alvo das acusações é o influenciador Hytalo Santos, que teve sua conta no Instagram desativada na sexta-feira (8), poucos dias após a nova polêmica ganhar força.

Desde 2024, Hytalo é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por suspeita de utilizar crianças e adolescentes em conteúdos que podem violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No total, ele acumula mais de 20 milhões de seguidores nas redes.

No vídeo, Felca cita casos específicos, incluindo o de Kamylla Santos, de 17 anos, que, segundo ele, teria sua imagem explorada de maneira sensual em publicações de Hytalo. O material já ultrapassou 22 milhões de visualizações e recebeu mais de 175 mil comentários, com elogios à postura do youtuber e menções ao fato de não haver anúncios na postagem.

Quem é Hytalo Santos

Hítalo José Santos Silva ganhou notoriedade ao criar vídeos nos quais reúne jovens — muitos menores de idade — em casas ou “mansões”, acompanhando sua rotina. Ele costuma se referir a essas pessoas como “filhas”, “genros” ou “crias”. Só no YouTube, seu canal soma mais de 7 milhões de inscritos.

Em uma de suas últimas postagens, Hytalo encenou um pedido de namoro entre jovens, incluindo uma adolescente que, segundo a narrativa do vídeo, ainda não havia completado 18 anos.

As investigações sobre o caso

O MPPB conduz atualmente dois procedimentos, em João Pessoa e Bayeux, para apurar se os conteúdos produzidos por Hytalo têm conotação sexual e configuram exploração de menores. As apurações foram abertas no ano passado e seguem em andamento.

Ao comentar sobre as acusações na época, Hytalo defendeu que mantém bom relacionamento com as famílias dos jovens presentes em seus vídeos e afirmou que as mães acompanham de perto as gravações. Segundo ele, as adolescentes mais citadas nas denúncias são emancipadas, e todas as participações ocorrem com consentimento familiar.

Classificação Indicativa: Livre

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