Negócios

RN e Pernambuco têm piores desempenhos industriais do ano no país

Reprodução
Desempenhos estão disponíveis no mais recente Boletim Macro Regional de Agosto, divulgado nesta segunda-feira (15) pela Fundação Getúlio Vargas  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução
BNews Natal

por BNews Natal

[email protected]

Publicado em 15/09/2025, às 15h46



Juntos, Pernambuco e Rio Grande do Norte registram os piores desempenhos industriais do país no ano. É o que revela o mais recente Boletim Macro Regional de Agosto, divulgado nesta segunda-feira (15) pela Fundação Getúlio Vargas. Confira AQUI o boletim completo.

Segundo a publicação, o setor de serviços no Nordeste registrou retração em maio de 2025, revertendo a alta de abril. Pernambuco apresentou o pior resultado (-3,9%), enquanto Maranhão (+1,0%) e Alagoas (+0,8%) se mantiveram positivos. No acumulado do ano, Sergipe segue como destaque, com crescimento de 7,3%.

Taxa de desocupação

No mercado de trabalho, a taxa de desocupação passou de 8,6% no fim de 2024 para 9,8% no primeiro trimestre de 2025, segundo a PNAD Contínua. O nível de ocupação caiu para 48,8%, ainda acima dos dois anos anteriores, mas distante da média nacional (57,8%).

Apesar da geração de 36,4 mil vagas formais em junho, o número ficou abaixo do registrado em 2024. A desaceleração foi disseminada em todos os setores, com destaque negativo para a construção civil. O quadro evidencia dificuldades estruturais no mercado de trabalho regional e reforça a necessidade de políticas de qualificação e formalização. 

O Ceará destoou positivamente, com alta de 3,5% na margem e 4,3% na base anual, impulsionado pela metalurgia (+38,3%) e pelo bom desempenho na produção de coque e derivados de petróleo (+18,6%); todavia, no acumulado do ano, segue negativo (-0,6%). Pernambuco manteve trajetória negativa, com queda
de 0,6% em maio e retração de 4,5% na comparação anual. O estado acumula queda expressiva em 2025 até maio (-13,8%), com recuos persistentes em alimentos, derivados de petróleo e bebidas.

Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, o cenário segue crítico, com queda de 16,2% na comparação anual e recuo de 17,8% no ano, impactado pela indústria de transformação (-25,1%).  Como já dito antes, Pernambuco e Rio Grande do Norte registraram os piores desempenhos industriais do país no ano. 

No Maranhão, a produção industrial recuou 1,3% na comparação anual e acumula queda de 5,6% em 2025. A retração mensal é explicada, sobretudo, pela queda na metalurgia (-7,1%), apesar da contribuição positiva da indústria extrativa (+29,8%), que não foi suficiente para reverter o viés de baixa.

Retração na indústria nordestina

O desempenho da indústria nordestina em maio reforça o diagnóstico de fragilidade do setor na região. Houve retração em praticamente todas as bases de comparação — mensal, interanual e acumulado no ano — e uma ampliação da defasagem em relação ao ritmo de recuperação observado no cenário nacional. O setor também enfrenta entraves relacionados à baixa diversificação produtiva, menor inserção em cadeias tecnológicas e uma elevada sensibilidade a choques de custos e demanda. O peso ainda relevante de setores com margens pressionadas e com baixa produtividade limita o potencial de reação da indústria regional.

Em suma, o quadro atual evidencia que, sem mudanças estruturais e estímulos direcionados, a indústria do Nordeste tende a manter desempenho aquém do necessário para sustentar o crescimento econômico da região no médio prazo.

Leia também

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp


Whatsapp floating

Receba as notificações pelo Whatsapp

Quero me cadastrar Close whatsapp floating