Negócios
por José Nilton Jr.
Publicado em 10/09/2025, às 14h41
Pequenos empreendedores, em sua grande parte, ainda cometem alguns erros considerados básicos ao realizar a escolha do regime tributário. Com isso, acabam pagando mais impostos do que realmente é preciso. A situação é relatada por contadores, que reforçam a importância de avaliar criteriosamente as opções disponíveis.
De acordo com Ricardo Brandão, que é contador, “O Simples Nacional parece ser a escolha mais simples, mas nem sempre é a mais econômica. Deixar de considerar o Fator R, por exemplo, pode levar clínicas e prestadores de serviços a se acorrentarem a alíquotas muito mais elevadas do que necessitam”, afirmou.
De acordo com Brandão, alguns segmentos como consultoria, tecnologia, saúde e comércio eletrônico estão entre os que mais "jogam" recursos fora por não haver planejamento.
“Já observamos casos em que empresas economizaram até 30% ao ano apenas reavaliando sua classificação tributária”, disse.
O especialista lembra que neste ano, aconteceram situações que trouxeram ainda mais motivos para atenção. A Receita Federal intensificou o cruzamento de informações financeiras e ampliou a comunicação digital por meio do Domicílio Tributário Eletrônico (DTe).
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“Quem não revisar sua tributação e se organizar pode acabar caindo na malha fina sem perceber, já que as notificações são enviadas diretamente pelo sistema”, destacou.
Entre os instrumentos digitais disponíveis, estão simuladores de regimes tributários, o e-CAC e o PGDAS-D.
Optar automaticamente pelo Simples Nacional sem simular Lucro Presumido ou Real.
Desconsiderar o Fator R, o que pode enquadrar o negócio no Anexo V e elevar a carga tributária.
Não revisar o regime ao ultrapassar o sublimite de R$ 3,6 milhões ou se aproximar do limite de R$ 4,8 milhões.
O sublimite do Simples Nacional foi mantido em R$ 3,6 milhões de reais para este ano de 2025. Empresas que faturarem entre R$ 3,6 milhões e R$ 4,8 milhões continuam no Simples, mas recolhem ICMS/ISS fora do DAS, aumentando a complexidade.
Ainda de acordo com Brandão, o ponto de partida é simples: reunir os dados dos últimos 12 meses e simular cenários comparativos.
“A contabilidade deve ser encarada como uma ferramenta estratégica, não como mera obrigação fiscal. É ela que revela se a empresa está perdendo dinheiro para o fisco. A escolha do regime não deve ser feita por hábito, mas com base em números”, concluiu.
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