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Guerra tarifária pode afetar tratamento de doenças raras no Brasil

Guerra tarifária pode afetar tratamento de doenças raras no Brasil - Reprodução
Especialistas alertam que retaliações podem aumentar custos de tratamentos essenciais, como câncer e doenças raras  |   BNews Natal - Divulgação Guerra tarifária pode afetar tratamento de doenças raras no Brasil - Reprodução

Publicado em 29/07/2025, às 20h57   BNews Natal



Os medicamentos e produtos farmacêuticos lideram a lista de itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos em 2025. Por enquanto, esses insumos seguem fora da taxação anunciada por Donald Trump contra produtos brasileiros. No entanto, especialistas alertam que uma eventual resposta do governo brasileiro pode acabar elevando os preços de medicamentos para tratamento de câncer e doenças raras.

No ano anterior, o país importou cerca de 10 bilhões de dólares em itens da área médica. A lista inclui produtos utilizados em cirurgias, reagentes para exames laboratoriais e equipamentos hospitalares. A maior parte desse material tem origem norte-americana.

Setor teme impacto direto no acesso a medicamentos de alta complexidade

A possibilidade de uma retaliação comercial por parte do Brasil acendeu um sinal de alerta. Segundo Paulo Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, caso o país opte por aplicar medidas semelhantes, o impacto será sentido diretamente nos preços.

As prateleiras devem registrar aumentos de até 30% nesses produtos; o Brasil, então, terá que buscar outras fontes, como China, Índia e Turquia, explicou.

Os Estados Unidos são referência na exportação de medicamentos patenteados, principalmente os voltados ao tratamento de doenças raras e com alta tecnologia. Em caso de uma escalada tarifária, esses remédios podem se tornar ainda menos acessíveis no mercado brasileiro.

Alta nas importações reforça dependência internacional

Somente no primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 4,3 bilhões de dólares em medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos. O valor representa um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. A União Europeia lidera o fornecimento, com cerca de 60%, enquanto Alemanha e Estados Unidos respondem por aproximadamente 15% cada.

Já os medicamentos mais comuns, como os genéricos, são produzidos internamente. Porém, quase a totalidade dos insumos utilizados — cerca de 95% — ainda vem da China.

Indústria nacional clama por investimento em pesquisa e desenvolvimento

Norberto Prestes, presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), defende um plano robusto de fortalecimento da produção local. Para ele, a solução passa por valorização da ciência nacional.

Temos capacidade técnica e pesquisadores brilhantes. Muitos acabam deixando o Brasil por falta de incentivo. Precisamos manter esses talentos e investir na estrutura nacional para garantir mais autonomia na produção, avaliou.

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