Negócios
Publicado em 08/07/2025, às 14h33 BNews Natal
Quando a primeira geração do Territory surgiu no Brasil, em 2020, ele chamava atenção por seu design importado e pela proposta de conforto. O modelo foi inicialmente derivado do JMC Yusheng S330 e, depois, ganhou identidade própria como Equator Sport na China.
Agora, na linha 2026, o SUV médio da Ford muda pela terceira vez em apenas cinco anos, em uma velocidade de renovação que destoa do mercado brasileiro. Mas apesar das frequentes mudanças de estilo, o Territory chega à nova fase com preço mantido em R$ 215 mil, e uma lista generosa de equipamentos. O novo SUV chinês atualizado tem bom pacote de equipamentos.
Entre os destaques, estão faróis full-led, teto solar panorâmico, seis airbags, piloto automático adaptativo e câmera 360°, itens que costumam aparecer só em versões mais caras dos rivais.
O design frontal é o que mais mudou. O SUV adota faróis com luzes em led em formato de “L”, interligados por uma barra cromada. A grade cresceu e invade a área dos faróis.
As rodas de 19 polegadas também são novidade, mas a traseira permaneceu praticamente igual, com lanternas horizontais e novo desenho no para-choque.
Acabamento interno e motorização seguem sem grandes novidades
Por dentro, o Territory manteve o mesmo layout, com alterações pontuais no acabamento. Bancos e painéis agora combinam preto com detalhes e costuras marrons. Apesar dos materiais agradáveis ao toque, ainda existem pontos de encaixe que poderiam ter melhor execução, principalmente na área ao redor do volante.
O espaço interno segue como um ponto forte. Há área suficiente para cinco adultos viajarem sem apertos, mérito do entre-eixos generoso. Em contrapartida, o porta-malas de 448 litros perde volume frente a alguns concorrentes, ficando acima apenas do Jeep Compass, que carrega 420 litros.
O motor continua sendo o conhecido 1.5 turbo a gasolina, de quatro cilindros, com 169 cv e 25,5 kgfm. Mesmo mantendo números de potência e torque, a nova calibração feita para atender ao Proconve L8 mudou o comportamento do carro. Agora, o torque máximo só aparece a 3.500 rpm, e não mais em 1.500 rpm, algo perceptível nas retomadas e subidas.
Desempenho modesto e consumo abaixo da média
A transmissão também permanece inalterada, com câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas. Colocar o carro no modo Sport ajuda a reduzir o atraso nas respostas, mas a condução ainda não empolga quem busca esportividade.
O consumo, que poderia ser um diferencial, segue apenas regular. Dados do Inmetro indicam 8,8 km/l na cidade e 11,2 km/l na estrada, números que ficam atrás de rivais como o Compass 1.3 turbo, mais potente e eficiente.
Se por um lado o desempenho não evoluiu, a Ford afirma ter trabalhado na suspensão e direção. Na prática, o ajuste ficou mais equilibrado, filtrando melhor irregularidades do asfalto. Ainda assim, em buracos maiores, surge um ruído típico de fim de curso da suspensão, sem que ela de fato atinja o limite.
Equipamentos justificam preço competitivo
Mesmo com ressalvas no consumo e no desempenho, o pacote tecnológico é convincente para quem valoriza equipamentos e conforto. O Territory Titanium traz quadro de instrumentos digital de 12,3”, central multimídia do mesmo tamanho com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, ar-condicionado digital de duas zonas, carregador de celular por indução, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, além de assistentes de condução.
Por R$ 215 mil, o SUV médio chinês entrega o que muitos rivais oferecem apenas nas versões topo de linha, com preços que frequentemente superam R$ 230 mil. Esse custo-benefício pode atrair quem prioriza tecnologia e espaço interno, mesmo sem grandes evoluções mecânicas.
Resta saber se a Ford manterá essa estratégia e não vai redesenhar o Territory novamente em mais dois anos, algo que confundiria ainda mais o consumidor brasileiro que prefere ciclos de renovação mais previsíveis.
Classificação Indicativa: Livre