Exploração de ouro no RN pode chegar a 5 toneladas por ano

O Rio Grande do Norte está despontando para um novo cenário econômico. Novo não, trata-se de um velho conhecido: a mineração. E não é de scheelita ou tungstênio que estamos falando. É de ouro. A extração do metal precioso em Currais Novos, no Seridó potiguar, já é considerado um dos maiores empreendimentos do estado. No momento, a projeção de mercado é de uma capacidade de produção de aproximadamente 5 toneladas de ouro por ano, o que representa cerca de 8% da produção nacional. 

A descoberta de uma grande jazida pela mineradora canadense Aura Minerals pode dobrar a capacidade de extração de ouro na região. A jazida está localizada em uma região entre as cidades de Currais Novos e Santa Cruz, e pode colocar o Rio Grande do Norte em posição de destaque na mineração brasileira. Além, é claro, de todo o potencial na geração de empregos diretos e indiretos.

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O Governo do Rio Grande do Norte enxerga a atividade com bom olhos. Em entrevista exclusiva ao BNews Natal, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Silvio Torquato, falou sobre a expectativa de desenvolvimento da atividade. "Olha, o Rio Grande do Norte é um estado que tem uma tradição mineral. Ele teve um desempenho muito forte durante a Segunda Guerra Mundial, que foi o grande fornecimento para os Estados Unidos do minério do tungstênio, da scheelita, material básico para a fabricação de armamentos. Então, o Rio Grande do Norte viveu, naquele tempo, um grande momento da mineração. Com o passar dos anos e descobertas de novas tecnologias de formação de aço, ligas de aço para armamentos e para ferramentas que precisam de um aço muito forte, foram descobertas novas ligas e novas junções de liga, então o tungstênio perdeu um pouco, a scheelita perdeu um pouco o seu protagonismo. Então, a Aura Minerals, empresa que está com essa incumbência de administrar e de fazer a exploração do minério de ouro aqui no Rio Grande do Norte, ela tem recebido todos os incentivos possíveis. Todas as máquinas e equipamentos destinados à produção que eles compram, existe um deferimento do ICMS. Ele não paga o ICMS na hora da entrada desse equipamento, seja importado ou seja nacional. Esse equipamento entra e o ICMS vai ser diluído na vida útil do equipamento que está sendo usado. Isso é um peso muito grande que o PROED proporciona. E outra, foi que o Governo do Estado deu todas as condições para a empresa instalar. Nós, aqui na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, demos um apoio muito grande, tanto nas licenças ambientais do IDEMA, como outros licenciamentos que foram necessários", destacou. 

"Também é importante dizer que esta será a primeira indústria de mineração do Brasil que pode ser chamada de minério verde, porque vai utilizar águas recicláveis. O abastecimento de água que a mineradora está usando já é um processo que usa pouca água, e essa água é de reuso. Todas a águas de reuso de Currais Novos é bombeada da adutora, em uma distância de 30 quilômetros até a mina, através do Projeto Borborema", acrescentou Torquato.

Ouro

A Agência Nacional de Mineração (ANM) discutiu recentemente a temática envolvendo a mineração artesanal de ouro, em uma agenda que aconteceu em Toronto, no Canadá, promovida pelo Fórum Intergovernamental sobre Mineração, Minerais, Metais e Desenvolvimento Sustentável (IGF), pelo Banco Mundial, pelo Conselho Mundial do Ouro, e algumas instituições.

De acordo com dados do IGF, 20% do ouro extraído no mundo é produzido pela mineração de ouro artesanal e de pequena escala. Os demais operam informalmente, ligados, até mesmo, às atividades ilícitas.