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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Eduardo Tagliaferro, que trabalhou como assessor do ministro Alexandre de Moraes. Tagliaferro, ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é acusado de vazar dados para a imprensa e de tentar interferir em investigações.
Segundo a denúncia de Gonet, o ex-assessor buscou questionar a legitimidade das eleições e dificultar as apurações sobre atos antidemocráticos. A imprensa divulgou mensagens que mostram conversas de Tagliaferro com juízes que trabalhavam ao lado de Moraes.
O ex-assessor enfrenta acusações por quatro crimes: violação de sigilo funcional, coação durante o processo, obstrução de investigação criminal envolvendo uma organização criminosa e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito através de violência.
De acordo com a denúncia, "de maneira livre, consciente e voluntária", Tagliaferro teria revelado à imprensa diálogos sigilosos que teve com servidores do STF e do TSE. O objetivo era atender a "interesses ilícitos de organização criminosa" responsável por disseminar desinformação contra as urnas eletrônicas e a atuação dos tribunais, além de planejar uma "tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito".
O Ministério Público acusa Tagliaferro de repassar "diálogos confidenciais" à imprensa com a intenção de minar a credibilidade das investigações. Em agosto de 2024, a Folha de S. Paulo publicou mensagens entre servidores da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), do TSE, que era liderada por Moraes durante as eleições de 2022.
As mensagens sugeriam que a assessoria, sob comando de Tagliaferro, foi usada para fornecer informações para os inquéritos de Moraes no STF. O gabinete do ministro, por sua vez, declarou que as solicitações feitas a diversos órgãos, incluindo o TSE, foram regulares e seguiram o regimento interno da corte.
A divulgação das mensagens fez com que Tagliaferro fosse visto por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um exemplo das supostas arbitrariedades cometidas por Moraes.
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