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Publicado em 29/06/2025, às 09h37 Gabi Fernandes
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está entre as instituições de ensino superior mais afetadas pelos cortes orçamentários previstos para 2025. Segundo levantamento da Gazeta do Povo, baseado em dados dos programas orçamentários federais voltados à manutenção do ensino superior, a queda estimada para a UFRN é de 11% em relação ao ano anterior.
Após um aumento expressivo nos repasses em 2023, impulsionado pela chamada “PEC da Transição”, os recursos destinados às universidades federais voltaram a apresentar retração. Em 2024, houve uma queda real de 7,6% no orçamento atualizado, e para 2025, a previsão inicial aponta um novo recuo de 4,9%.
Apesar do que está previsto no papel, apenas cerca de 70% dos recursos orçamentários são, de fato, executados anualmente. Essa defasagem compromete seriamente o funcionamento das instituições, que acumulam aproximadamente R$ 3 bilhões por ano em valores não pagos. Entre 2021 e 2025, houve ainda um aumento de R$ 166 milhões nas chamadas “Despesas de Exercícios Anteriores” — montantes liquidados com atraso.
Os recursos orçamentários cobrem desde auxílios estudantis e compra de materiais até obras, serviços de tecnologia da informação e pagamento de diárias. As chamadas "Despesas Correntes" garantem o funcionamento diário das universidades, enquanto as "Despesas de Capital" são voltadas para investimentos em infraestrutura.
Além da UFRN, outras instituições também registraram cortes significativos, como a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), com redução de 39%, e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com queda de 31%. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que em 2021 possuía o maior orçamento entre as federais, também tem enfrentado sucessivos recuos. Na contramão, a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), no Piauí, teve o maior aumento percentual recente: 95%.
Em maio, após reunião com reitores, o governo federal anunciou uma recomposição parcial do orçamento e desbloqueou R$ 300 milhões. Também foi prometido o repasse adicional de R$ 400 milhões, por meio de remanejamento interno do Ministério da Educação (MEC).
Mesmo com esses ajustes, a situação da UFRN continua preocupante. O corte de 11% previsto para 2025 pode afetar diretamente a capacidade de operação da universidade nos próximos meses.
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