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Teste de saliva feito em casa supera exame de sangue na detecção do câncer de próstata

Pesquisadores britânicos desenvolvem método que analisa DNA em amostras de saliva, superando limitações do teste de PSA - Reprodução
Com 40% de diagnósticos positivos entre os homens avaliados, o novo teste promete melhorar a detecção precoce da doença  |   BNews Natal - Divulgação Pesquisadores britânicos desenvolvem método que analisa DNA em amostras de saliva, superando limitações do teste de PSA - Reprodução

Publicado em 29/06/2025, às 10h29   Gabi Fernandes



Um novo teste de saliva, que pode ser feito em casa, demonstrou ser mais eficaz do que o exame de sangue tradicional para identificar homens com maior risco de desenvolver câncer de próstata. A descoberta vem de um estudo britânico chamado BARCODE 1, conduzido por pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres e do Royal Marsden NHS Foundation Trust, e publicado no New England Journal of Medicine.

Diferente do exame tradicional, que analisa os níveis da proteína PSA (antígeno prostático específico) no sangue, muitas vezes elevados por motivos não relacionados ao câncer, o novo teste se baseia em uma análise genética. A partir de uma simples amostra de saliva, os cientistas avaliam variantes no DNA associadas ao câncer de próstata e calculam um “escore de risco poligênico”, que estima a probabilidade de a pessoa desenvolver a doença.

“Uma simples amostra de saliva pode identificar os homens com maior risco de câncer de próstata de forma mais precisa do que o exame de sangue atual. Isso nos permitirá diagnosticar mais cânceres precocemente e com maior chance de cura”, afirmou a professora Ros Eeles, oncogeneticista e coordenadora do estudo.

O estudo recrutou 6.142 homens europeus com idades entre 55 e 69 anos — faixa etária com maior incidência da doença. O escore genético foi baseado na análise de 130 variações genéticas associadas ao câncer de próstata, identificadas a partir de dados de centenas de milhares de homens.

Os 10% com maior pontuação de risco foram convidados a realizar exames mais aprofundados, como ressonância magnética e biópsias. Entre os 468 homens avaliados, 187 (40%) foram diagnosticados com câncer de próstata.

Os resultados mostram vantagem clara em relação ao teste de PSA, que identifica câncer em apenas cerca de 25% dos homens com níveis elevados da proteína. Além disso, o novo teste detectou a doença em 118 homens (63,1%) que tinham níveis de PSA normais, o que normalmente não levaria a uma investigação mais detalhada.

A expectativa dos pesquisadores é que, no futuro, esse tipo de rastreamento genético possa ser incorporado aos programas de saúde pública, permitindo diagnósticos mais precisos e intervenções mais eficazes.

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